Horário de Brasília

sexta-feira, abril 28, 2006

POLÍTICA – Eleições ou Copa?

Qual dos dois será o grande marco de 2006?

Por Suely Frota

A paixão pelo esporte e a obrigação de votar irão se esbarrar num mesmo ano. Em junho será a copa do mundo, e a partir de outubro as eleições presidenciais. E aí? Qual destes dois fatos preocupa mais o cidadão brasileiro? Os brasileiros estão divididos entre o patriotismo e o exercício da cidadania. A cada eleição nos deparamos com manifestações de fraudes do governo com lavagem de dinheiro, corrupção e seus derivados. A cada copa os jogadores brasileiros se mostram esforçados e esperançosos em ganhar a tão esperada taça do mundo. De um lado temos certa esperança, pois de alguma forma, há esforços para uma boa representação do país, apesar de não decidir em nada o futuro dos brasileiros. De outro, uma dúvida: os candidatos não sabem se pensam nos cidadãos ou em si mesmo quando buscam votos com mais promessas dos anos eleitorais.

As eleições são e devem ser um assunto de extrema importância para todos, pois é a decisão de quem nos próximos quatro anos governará o país. Porém, aparentemente, a preocupação não está relacionada em quem estará na artilharia ou quem será o atacante da política brasileira, o que está em jogo aqui é quem ganhará o pleito dos gramados. A população brasileira vive uma dicotomia, pois não sabe em que campo joga: se é no campo político ou no campo de futebol.

Quando isso acontece, por que o patriotismo aflora e a gana de vencer a copa acaba por barrar a vontade de presenciar um bom eleitorado a governar o país. Estão trocando o meio certo pelo meio duvido. Muitas vezes o Brasil ganhou a copa e nunca um presidente cumpriu todas as suas promessas. O que foi esquecido é justamente isso, a normalidade com que o Brasil sai vitorioso nas copas mundiais e que, em contrapartida, quem em toda eleição é também muito normal as derrotas do governo. A intenção não é desmerecer um nem outro, o fato é que o peso deve ser diferenciado, as medições é que estão erradas. O futebol pode trazer felicidade sim, porem momentânea, enquanto as eleições, se conseguirem, trarão por mais quatro anos. No futebol se ganha o título e taça, nas eleições o que está em jogo é a nossa cidadania e os nossos direitos enquanto cidadãos. Já foram vencidas tantas copas, mas ainda falta sentir o gosto de uma grande vitória na política brasileira.

Percebe-se que em época de copa, os brasileiros se posicionam como técnicos e montam uma estratégia, com a qual cada jogador, em determinadas posições, terá seu melhor desempenho. Por que não se faz o mesmo para a política? É nesse momento que os eleitores deixam de ser time de fora e passam a ser os juizes do jogo. É Um exercício prévio do voto, saber e determinar quem terá melhor desempenho em determinados cargos,e por que não? Não se pode mais deixar que o governo drible a sociedade, tantos pisões de bola que deram, quantos vezes a vontade foi de esfregar um cartão vermelho na cara dos políticos?O jogo aqui é outro! Agora é o momento de apontar pra trave e esperar o gol de placa!

O Brasil sonha com o titulo, o Brasil quer e merece ter um presidente de verdade! Tantas copas e tantas eleições já passaram por este país e ainda se quer mais. O que há é uma expectativa de uma satisfação por completa; seja ela por meios de esportes seja ela por meio de uma atuação política no país. Nós somos a nossa única promessa! Que as atenções sejam bem direcionadas, que projetem o melhor para todos e que com isso seja feita uma grande mudança para o país. Quem irá ganhar na copa? Alkimin, Lula ou Garotinho? E as eleições? O Brasil ou a Argentina?

Acompanhe o que está acontecendo:

ELEIÇÕES
Nem um pouco preocupado, o ex - governador de São Paulo e candidato à presidência Geraldo Alckimin volta nessa segunda feira a atacar o seu “concorrente” Luiz Inácio Lula da Silva, que nem sabe se irá ou não se reeleger. Em um de seus ataques destacou o não pronunciamento do atual presidente sobre os desvios ocorridos no caso da quebra do sigilo bancário. O candidato do PSDB começou nessa terça feira sua defesa das propagandas pró – Alkimin apresentadas por Lula.


COPA
Hexa-campeonato mais confiante do mundo? O treinador Carlos Alberto Parreira, conta com fama do Brasil como sendo o grande favorito, há uma preparação maior por parte dos times adversários. Fazendo com que a seleção Brasileira esteja em alerta durante o treino.

quinta-feira, abril 27, 2006

MUNDO - IMIGRAÇÃO ILEGAL

Quando o promissor sonho americano se transforma em um pesadelo de ilusões.
Na busca pela verdadeira história de quem deixa o Brasil para se aventurar rumo ao sonho americano, um jornalista da nossa equipe foi aos Estados Unidos para viver e relatar as histórias e o dia-a-dia de quem trocou seu país de origem por uma ilusão.
Por Peu Lucena.
A jornada começou quando, do Brasil, fiz contatos nos Estados Unidos mostrando-me interessado em passar uma temporada no país, disse que precisaria de um emprego e de apoio nas primeiras semanas. Com o visto na mão parti para a América do Norte com a promessa de que assim que chegasse seria levado para tirar a carteira de motorista local e logo em seguida trabalharia como driver (motorista) em uma companhia de transportes, levaria pessoas a pontos turísticos da cidade de Orlando, na Florida, com carga horária de 8 horas diárias, 5 dias por semana e salário inicial 400 dólares semanais.

Porém, chegando lá a história foi bem diferente. O primeiro contratempo surgiu quando, ao tentar obter a carteira de motorista americana, essencial para o referido emprego, o departamento de transportes da Flórida negou o documento alegando o curto período de permanência que constava em meu visto. Fui instruído então, a tentar obter ao menos uma licença especial para conduzir carros comerciais. Mais uma vez fui barrado pela nova política anti-imigração em exercício nos Estados Unidos, que proíbe imigrantes sem carteira de habilitação local a retirarem a tal licença especial. Com isso caíram por terra todas as promessas e propostas de empregos pelas quais fui persuadido quando ainda estava no Brasil.
Mudança de Planos
Depois de alguns telefonemas, fiquei sabendo que em uma cidade próxima a Orlando, Daytona Beach, havia um hotel (foto) que estava em obras, e quase a metade dos trabalhadores eram brasileiros. Consegui falar com o empreiteiro, também brasileiro, que me empregou nesse mesmo hotel como ajudante de pedreiro, encarregado de colocar piso, por uma jornada de quase 12 horas por dia, 5 dias por semana e pagamento de $350,00 dólares semanais.

Foi quando consegui realmente o contato com os imigrantes. Éramos 10 pedreiros, todos brasileiros. Fiquei impressionado com a quantidade e com a freqüência com que via brasileiros trabalhando em obras e nos mais diversos locais de trabalho, na grande maioria das vezes trabalhos braçais. Ao indagar ao empreiteiro sobre a situação que os outros trabalhadores estavam em relação a legalidade no país a resposta veio irônica: “Aqui só quem veio de avião fui eu e você, o resto tudo veio andando!”

Fiquei atônito, queria logo poder conversar com aqueles brasileiros, saber como eram suas vidas, por que decidiram sair do Brasil, como chegaram aos Estados Unidos, o que sentem, e o que almejam para o futuro. E foi nesse mesmo dia, diga-se de passagem o meu primeiro e extremamente cansativo dia de trabalho nas obras, que consegui o primeiro diálogo com um dos pedreiros.
O acordo
Depois do expediente, por volta das 19:30, fomos todos levados para um pequeno hotel para pernoitar e continuar os trabalhos no dia seguinte, fomos divididos em duplas para ocupar os quartos, depois que nos instalamos comecei a puxar conversa com um mineiro, moreno, alto mas muito magro, o qual chamarei de João. Ilegalmente nos Estados Unidos, João (22) começou a conversar e falar sobre sua vida no interior de Minas, uma cidadezinha próxima a Governador Valadares. Com apenas alguns poucos anos de escola João se viu sem nenhuma perspectiva de emprego e futuro. Foi quando ficou sabendo por conhecidos que estavam levando gente para trabalhar no exterior, a proposta era de emprego fácil, nada muito trabalhoso, e com pagamentos altíssimos em Dólar. Porém, João não contava com nenhum dinheiro, era de família muito humilde e não poderia pagar sequer a primeira parte do pagamento exigido pelos “coiotes” (membros de quadrilhas brasileiras e mexicanas que levam brasileiros ilegalmente para os Estados Unidos) que seria por volta de R$2.500,00 dos R$10.000,00Reais cobrados pela travessia. Propuseram a João um novo acordo, ele iria sem pagar nada, porém quando chegasse aos EUA teria de pagar um valor de $300,00 Dólares por mês. Ficando assim acertado João deixou sua casa com algumas poucas roupas na mochila e partiu em direção a São Paulo, local onde os “coiotes” reúnem gente de todas as partes do Brasil e os colocam em pequenos hotéis, até que se formem grupos numerosos o suficiente para a partirem com destino ao México.
A travessia
Ao sair do país João, como todos os outros do grupo, recebeu uma quantia de 2 mil Dólares dos “coiotes” que avisaram que o dinheiro não deveria ser gasto e sim usado para pagar as propinas e subornos cobrados pelas autoridades mexicanas durante o período que ficariam no país aguardando a travessia. A primeira parte desse “pagamento” já foi feita assim que chegaram ao aeroporto da Cidade do México, após pagarem, o grupo foi liberado e todos pegaram um mesmo ônibus que seguiu para uma pequena cidade na fronteira com o Texas. João relata que a cada cem quilômetros eram parados por guardas da imigração mexicana que cobravam nova quantia em dinheiro para que pudessem prosseguir a viajem.

Depois de 3 dias andando pelo México e sem mais nenhum dinheiro, o grupo chegou na cidade que serviria como base para a travessia. Quase 30 pessoas foram espremidas em um pequeno quarto com pouca bebida e comida, e durante vários dias foram submetidos a uma espécie de prova de resistência. Eram acordados no meio da madrugada com gritos e pontapés, os “coiotes” anunciavam que aquele seria o momento da travessia, todos saiam e corriam pelo deserto até o amanhecer do dia, quando então, eram trancados em cavernas enquanto os “coiotes” do lado de fora bebiam, fumavam maconha e violentavam as mulheres do grupo que estavam desacompanhadas. João relata: “Isso aconteceu durante uns 10 dias, não agüentávamos mais, estávamos no limite, tava todo mundo desesperado, a gente tava muito longe de casa, na mão de criminosos, não tinha a quem recorrer”. João me surpreendeu ao falar da travessia:"Atravessar mesmo foi o mais fácil, difícil foi agüentar toda a humilhação, tanto dos mexicanos quanto dos americanos, atravessar foi simples, atravessamos 3 rios onde a água batia no joelho, depois o coiote falou que a gente já tava na América e mandou a gente andar em uma direção até encontrar o posto da imigração, aí era só se entregar”.

A declaração de João faz sentido, até o ano de 2005 os imigrantes que fossem pegos em terras americanas seriam presos pela imigração e depois de um período de 3 dias eram soltos mas convocados a comparecer ao tribunal e assim serem deportados, uma grande brecha na lei, pois eram raros os casos de quem voltava ao tribunal. Hoje a lei foi alterada e quem for pego pela imigração fica preso por 60 dias e em seguida é deportado. João continua: “Quando a imigração nos pegou foi humilhante. Eles xingavam a gente e mandavam todo mundo deitar no chão, quando eu olhei melhor o chão onde eu estava, vi cartuchos de bala descarregados, pensei que fosse morrer, pensei que eles fossem matar todo mundo.” Sem entender uma palavra em inglês João fala do período que ficou preso: “ Foram 3 dias de muita humilhação, a gente não tinha como tomar banho, só davam pão velho, e ficamos todos em uma sala fechada com um buraco no canto onde fazíamos as necessidades, e o pior era que eles colocaram o ar condicionado no máximo e tomaram todos os nossos casacos. Passei muito frio!”

Depois de 3 dias preso e 30 dias depois de deixar o Brasil o grupo foi levado até uma estação rodoviária e se espantaram com os dizeres do guarda: “ Eu vou passar aqui em mais ou menos uma hora, se algum de vocês ainda estiver aqui, eu deporto! ”. João disse que o desespero tomou conta de todos, alguns tiravam dinheiro escondidos em meias e cuecas para tentarem comprar passagens para algum lugar. João:”Eu não tinha pra onde ir, não conhecia ninguém aqui, a minha sorte foi que conheci uma menina no grupo que me chamou pra ir pra Orlando e passar os primeiros dias na casa da amiga dela”. Já na Flórida, João, arrumou um emprego para limpar máquinas de fritar durante a madrugada e ganhava 30 dólares por dia, dos quais quase a metade ele pagava o quarto onde dormia em uma pequena casa, a outra metade João gastava em bebidas e prostitutas, como ele mesmo diz: “Eu entrei nessa vida por que tinha que agüentar a saudade e o arrependimento de ter vindo, por isso comecei a gastar tudo que ganhava em bebida e mulheres.”

Hoje livre do álcool, João se arrepende de ter vindo, fala que tudo não passou de uma ilusão, e se vê como um escravo pelo fato de não poder voltar para o Brasil, uma vez que ainda não terminou de pagar sua travessia, como ele diz: “Isso aqui não é nada do que eles me falaram lá no Brasil, aqui a gente trabalha muito e ganha só o necessário, no Brasil é assim também, mas lá a gente tem a família por perto e não é humilhado como aqui. Hoje eu quero voltar e não posso, ainda falta muito pra pagar a dívida com os coiotes, e eles querem 300,00 dólares por mês, eu só posso dar 100,00, eu já falei, mas eles não querem saber, dizem que se eu continuar só mandando 100,00 eles vão matar minha família lá em Minas”.

No segundo dia de trabalho estava com o corpo doído pelo fato do trabalho pesado, e com a cabeça ainda processando tudo o que João havia me falado. Na parada para o almoço conversei com mais dois mineiros, eles tinham histórias muito parecidas com a de João, com um agravante. O mais novo, que chamarei de José, com apenas 21 anos já estava no país pela segunda vez, quando indagado a respeito ele me esclareceu:”Vim a primeira vez como todo mundo, mas sofri demais, os coiotes me prenderam em um quarto escuro e me deixaram lá sozinho durante 7 dias só com uma garrafa de água, nada pra comer, quase morri naquele quarto, depois de alguns meses aqui eu atropelei uma mulher, a polícia veio atrás de mim pra me prender e eu fugi para o Brasil. Aí quando cheguei lá não achava emprego, não conseguia trabalhar, aí como eu já sabia o caminho, vim sozinho, não paguei coiote, andei alguns quilômetros pelo deserto sozinho com um pedaço de madeira na mão matando cobra, tinha muita cobra!”. E concluiu emocionado: “Ta certo que isso aqui é uma ilusão, não e nada do que falam lá no Brasil, aqui a gente não sabe falar inglês, então não tem jeito, vamos ser pedreiros pra sempre, ganharemos sempre esse pouco, mas é com esse pouco que eu sonho em um dia comprar minha rocinha lá em Minas.”
Saudade
O interessante era notar que todos eles possuem dois sentimentos em comum: o primeiro é o de que o sonho americano é uma grande ilusão, e o segundo é que todos querem, o mais rápido possível, voltar para o Brasil. E é essa a rotina de um imigrante ilegal, trabalhar muito, um trabalho pesado e hostil. Manter a cabeça ocupada para que os dias passem rápido, sem dor. Sonhar. Sonham em um dia poder voltar pra casa e esquecer todo o sofrimento pelo qual passaram, sonham em ter uma vida digna no país onde nasceram.

quarta-feira, abril 26, 2006

ATUALIDADES - A bina do Orkut

por Gabriela Rocha

O assunto de mesa de bar, fila de cinema, primeiro horário de aula, desta semana foi à nova ferramenta lançada pelo orkut.
O site de relacionamento que vem sendo amplamente discutido por sua inovação e principalmente por difundir tão largamente o voyeurismo surpreendeu, mais uma vez, ao colocar no ar um sistema que dá a seus usuários a opção de saber quem foram às pessoas que visitaram a sua página na rede. Acabando com a pseudoprivacidade que ele trazia ao dar a liberdade do usuário “espiar” a vida de alguém sem que a mesma saiba.
Já que, para ter esse privilégio de saber quem visitou o seu perfil você autoriza ao banco de dados divulgar os perfis que você visitou - funcionando como uma espécie de bina telefônica - causou em seus usuários mais ávidos o trauma do dia anterior.
Segundo depoimentos de fontes (que preferem permanecer anônimas para preservar sua privacidade) no momento em que descobriram a ferramenta, fizeram uma revisão mental dos últimos perfis vasculhados para avaliar quais foram às pistas de suas loucuras, antes encobertas pelo orkut, que foram reveladas. Imaginem quantas ex-namoradas estavam visitando o perfil da atual, quantos “paqueras” estavam checando os últimos movimentos de seu (sua) interessado (a), quantos rolos, crises de ciúmes foram causados por essas pequenas incursões as vidas alheias.
Após o stress do primeiro contato passou-se ao dilema de saber ou não saber quem o visitou, sem esquecer, é claro, que os outros também saberão por onde você andou espiando. Como revelaram minhas pesquisas, essa foi uma iniciativa que já nasceu sem muita esperança de durar já que pelo menos 80% dos meus entrevistados (*) desabilitaram o sistema e voltaram para sua anônima vida de espião.
Pode ter sido uma pequena futilidade, uma iniciativa que não durou muitos dias, mas deve ser notado pela grande estratégia de marketing de seu dono, o servidor Google, que sacudiu as estruturas de um sistema que aos poucos começa a ficar obsoleto e perder espaço para outros similares mais modernos como o myspace.

(*) todas as entrevistas foram feitas informalmente com depoimento de muitos amigos desesperados após descobrirem o que o Google tinha aprontado. Ah! Pode me incluir nessa!


CONFIRA AS "NOTAS QUENTES" PUBLICADAS A QUALQUER MOMENTO PELA EQUIPE HB, ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

segunda-feira, abril 24, 2006

CRÔNICA - Só de sacanagem!

Por Peu Lucena

Foi-se o tempo do tapa na cara. Tenho pra mim que o cidadão brasieliro não suporta mais os ponta-pés no estômago, as punhaladas nas costas, na nuca, nos olhos, etc.
A impressão é que estamos todos em um daqueles navios vikings, é, aqueles em que os comandantes ficam no local mais alto e refinado da embarcação, dando ordens, dançando, comendo pizza (pizza?), e decidindo por conta própria que rumos a reles embarcação irá tomar. Nos porões, centenas de escravos se enfileiram em enormes bancos e movimentam enormes pedaços de madeiras que empurram o navio. Isso mesmo, os escravos são, resumidamente, o combustível da louca embarcação. São eles que a fazem se mover, e são amestrados para isso (alguma identificação?! vai confessa, tá se vendo aí neh?)
Enfim, esse louco navio cordena e sincroniza os movimentos desses escravos. Somos todos levados por uma força maior, quase sobrenatural eu diria, a sermos coniventes e de certa forma, a sermos até aprendizes de capitães.
Pra quem ainda não sacou, vai uma prévia: fomos deseducados para aceitarmos e sermos como os podres que nos governam (Doeu?). No Brasil não procuramos saber quem é o dono de um cordão de ouro achado no chão, limpamos logo a nossa conciência:"achado não e roubado", quando damos uma nota de 5 reais e recebemos uma de 10 de troco, já pensamos: "opa, saí no lucro". Uma criança se acabando de chorar em um shopping e a mãe fala: "meu filho, se eu te der um super-brinquedo você cala a boca?"
E é daí que nasceu a minha revolta. Só de sacanagem eu serei honesto. Tenho a plena certeza do ônus que me cairá. Serei taxado de idiota, babaca, bundão. Deixarei de ganhar muito, mas muito dinheiro por causa disso. Mas só pra ter o gostinho de ver a cara dos corrúptos ao ver que não caí no conto deles. Vou receber o que me cabe e pagar o que eu devo. Só de sacanagem contrariarei todos os princípios do meu país, a cultura do meu estado, da minha cidade e até da minha família.
Não serei a ovelha negra - porque pode soar racismo - nem a desgarrada - porque afinal de contas ainda vivo nesse país.
Só de sacanagem entreguei hoje as chaves do meu carro à um reles mecânico. Ele entrou no meu carro, me olhou desconfiado e pediu os documentos do veículo, e eu, só de sacanagem dei. Ele me disse que levaria o carro para a oficina e me devolveria duas horas depois, concertado. Minha garantia? A confiança. Eu não conhecia, e ele ainda me disse que só estava no emprego a dois meses, mas, só de sacanagem eu me fiz de morto e o vi dobrar a esquina sorridente, de posse do meu carrinho. Ele dedevolveu o carro como o combinado, disse que trocou uma peça lá e me cobrou 150 reais. Diante os meus conhecimentos em relação a motor de carro, e mais uma vez só de sacanagem, eu paguei. Só pra ele ver que eu sou bundão, só pra ele ver que não sou ladrão.
E pensei: só de sacanagem serei uma ovelha justa, só de sacanagem serei um bonzinho. Só pra sentir o gostinho de ser um rebelde nesse país de alienados.
Só de sacanagem!


CONFIRA AS "NOTAS QUENTES" PUBLICADAS A QUALQUER MOMENTO PELA EQUIPE HB, ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

domingo, abril 23, 2006

COBERTURA COMPLETA – Abril Indígena

Por Peu Lucena e Suely Frota

A Equipe HB participou das manifestações indígenas que aconteceram na cidade e dá agora a cobertura completa dos fatos que a “Grande Imprensa” não fez questão de divulgar.

Três dias de manifestações em plena esplanada dos ministérios, cerca que quinhentos índios reivindicando seus direitos, e um certo ar de indiferença por parte do governo e da imprensa. Foi essa a receita dos movimentos em Brasília que faziam parte do programa Abril Indígena, que ocorreu entre os dias quatro a seis deste mesmo mês.

Literalmente acampados na esplanada e munidos de carros de som, índios de várias etnias e dos mais diversos cantos do país protestaram frente ao congresso nacional por seus direitos e principalmente para que haja um reconhecimento de uma cidadania brasileira, a qual julgam deturpada ao longo do processo de ocupação territorial.

Os representantes discutiram, durante os três dias, as denúncias e os pontos mais críticos da situação de cada aldeia. Percebeu-se que a maior preocupação desses brasileiros, ainda hoje, é o medo da perda da terra para fazendeiros, e principalmente a falta de terras demarcadas e efetivamente fiscalizadas. Reclamou-se muito que nos cantos mais remotos do país os índios não têm vez e são vistos como uma pedra a ser tirada do caminho do desenvolvimento. As reclamações também giraram em torno da saúde, da sustentabilidade e da educação, principalmente das crianças indígenas.



DEPOIMENTOS
Abaixo alguns depoimentos de manifestantes indígenas:

“O movimento indígena que se aprende na escola, que é um indiozinho que está lá dentro do mato, não é verdade! Os povos indígenas trabalham, estão nas aldeias, mas estão nas cidades também. Por isso, crianças que saem desse congresso nacional e você que passa na rua, saiba, você também origem indígena, você também é descendente dos povos indígenas desse país.”

“São direitos parciais: educação, saúde e trabalho. será que esses direitos são constituídos?São garantidos?Será que vocês também tem esses direitos? Esse povo, nós somos um povo só, nós somos um mesmo país, nós falamos a mesma língua também, nós queremos paz”

“Então juventude , crianças , alunos , adolescentes que estão aqui nesse exato momento, eu gostaria de também lembrar , que importância uma criança, independente de ser índio , branco, negro, mestiço ter educação, educação de qualidade, então é isso, educação de qualidade nós não temos, educação e saúde que não chega nas nossas aldeias, cadê o direito da criança e do adolescente?”


“ Vendo que isso está ameaçado porque querem tirar de lá os povos indígenas, os sojeiros os grandes latifundiários desse pais, os madereiros , os grandes mineradores , todos que tem representantes nesse congresso nacional , tanto na câmara quanto no senado, que são anti-indígenas, que ficam criando projetos de lei para acabar com os povos indígenas .“


RESPOSTA

Mesmo indignados com o descomprometimento do atual governo, comparando e o igualando aos governos passados, os indígenas chamaram a atenção e tiveram respostas por parte das autoridades.
O congresso criou uma comissão mista para tratar de assuntos indígenas que irá debater, propor e tentar solucionar parte dos problemas apresentados. Composta por 11 deputados e 11 senadores, a comissão tem 249 dias para a conclusão de seus trabalhos que, além de ouvir, irá auxiliar as tribos e seus respectivos representantes.
Espera-se profundamente que, no fantástico mundo das comissões, essa não seja mais uma caçadoras de votos em um fervoroso ano eleitoral.


CONFIRA AS "NOTAS QUENTES" PUBLICADAS A QUALQUER MOMENTO PELA EQUIPE HB, ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

sexta-feira, abril 21, 2006

CIDADE - Para Brasília

Parabéns pra você!
E como não poderia deixar de ser
Uma modinha popular
Com o dom de agradar
Simples poema irá nascer.

Como um fogo de cordel
Ainda tiro meu chapéu
Pra esse doido cerrado
Que hora bom e hora errado
Se mostra moço e coronel

E essa Brasília véa de guerra
Que de barro e de terra
Virou capital do Brasil
Quando chegaram de mil em mil
Esse povo que nunca erra

E acertou no lugar
Um plano que mais parece mar
Um clima que pedi a Deus
Por que de onde veio eu
Haja água pra agüentar

E esses prédio tudo estranho
De todo jeito e todo tamanho
Mais é bonito de se ver
Dá orgulho de se ter
Minha Brasília nordestina, minha Brasília sulista, de onde saiu e não voltou
Com essa política meio mau
E por mais que eu meta o pau
É a Brasília que me adotou.



Poema de um nordestino à Brasília
Por Peu Lucena

quinta-feira, abril 20, 2006

METALINGUAGEM - Comunicaçao Social

Por Dani Pires e Carine Roos
A comunicação social, uma ciência que gera muitas discussões acerca da obrigatoriedade de um diploma de curso superior para o exercício da profissão, tem um papel crucial na construção de sociedades ditas democráticas.
Tornar a comunicação acessível a todos os cidadãos é permitir o desenvolvimento, o enriquecimento da sociedade. É promover mecanismos educativos, culturais que auxiliem na formação do indivíduo. É desenvolver a participação política, cidadã do indivíduo no contexto em que ele se insere. É apresentar a história de seu planeta, de seu país, de seu estado, de seu bairro, de sua comunidade para que os diferentes, os distantes possam se conhecer e se entender mais claramente. É contribuir para que haja significativa elevação da qualidade de vida popular. Afinal, possuir conhecimento é essencial à promoção de uma cultura de escolhas democráticas conscientes cujas implicações promovem avanços sociais.
A criação de meios alternativos de comunicação social é um importante instrumento no combate à falta de imparcialidade jornalística e na garantia de acesso ao real conhecimento. Apesar da dificuldade em levar adiante projetos desse tipo, que são diferentes e que desmascaram aqueles impostos pelo poder dominante, a importância desse trabalho é extrema. Pode ser encarado como uma ação voluntária, uma ação afirmativa que auxilia que a informação possa atingir locais nos quais ela jamais chegaria. Tal ato, estimula a formação crítica do indivíduo, que poderá, assim, analisar com maiores subsídios a informação que lhe é transmitida.
Deve-se ter em mente, sempre, que ter acesso ao conhecimento é ter acesso a uma ferramenta capaz de mudar uma realidade pré-estabelecida. É poder conhecer seu passado, seu presente e, assim, reconhecer o quê e como deve ser transformado seu futuro. As mudanças sustentáveis, embora lentas, são as verdadeiramente eficazes.
Sem liberdade não há informação. E sem informação não há qualidade de vida. É por meio do conhecimento que nos tornamos conscientes de nossa cidadania e que podemos cobrar as melhorias necessárias ao desenvolvimento sustentável de nosso país, de nosso estado. De nada adianta uma propensão à politização e à intelectualidade sem a detenção dessa poderosa ferramenta chamada conhecimento. Investir em comunicação é investir em mudanças concretas do meio em que estamos contidos .


CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

quarta-feira, abril 19, 2006

CRÔNICA: Fim-de-semana


Por Gabriela Rocha

Certa vez, o grande artista e pai da Pop Art Andy Warhol disse:
“The thing about parties is, once you start, you just want more”
(algo que pode ser mal adaptado como “O problema das festas é que, uma vez que começa, você apenas quer mais”).
O que é, por experiência própria, uma premissa verdadeira. E se interpretarmos, mais profundamente, essa frase percebemos uma exemplificação de um comportamento recorrente em nossa sociedade: Todos nós vivemos para o fim-de-semana.
Calculamos nosso tempo à espera desses dois dias. Os dias “sem feira”, onde podemos fazer tudo que a dura e maçante rotina diária nos proíbe.
Para mostrar isso, vou mostrar nossos pensamentos para cada dia da semana.
Segunda-feira: nos recuperamos dos excessos do fim-de-semana
Terça-feira: executamos nossas tarefas da semana emergidos na rotina
Quarta-feira: nos deparamos com o meio da semana e ansiosos começamos a planejar o próximo descanso
Quinta-feira: o pensamento é: Só mais um dia!
Sexta-feira: Já acordamos imaginando que já é quase tempo de liberdade. Finalmente, nos libertamos das amarras e podemos nos divertir.
E assim sucessivamente...
Fora, é claro, nas semanas que temos feriados! Nesses casos então os dias úteis de tornam menores e nossa ânsia pelo descanso aumenta.
E como hoje é quarta, sendo que sexta-feira é feriado por ser aniversário da cidade, podemos praticamente considerar que estamos na quinta, dia de começar a planejar os agitos para o fim-de-semana! E aí? Qual é a boa? Porque amanhã o roteiro de festas já está em curso!

terça-feira, abril 18, 2006

COTIDIANO:Crime no Orkut

Por Suely Frota


Da diversão à descriminação.Uma das maiores redes de interatividade e relacionamentos da Internet, o Orkut, conta hoje com cerca de 67% de seus acessos por brasileiros. A comunidade virtual atualmente vive no Brasil uma apologia a crimes , com um considerável numero de delitos praticados e já registrados. Crimes como racismo e trafico de drogas são os mais constantes. A criação de comunidades preconceituosas -racistas, nazistas e com demonstração de rejeição a velhos, a crianças e até mesmo preconceitos étnicos, como por exemplo, aos nordestinos - dentro desta rede de relacionamentos tem sido investigada, para que sejam abordados os que exercitam esses tipos de contravenção no país. No caso do racismo, por exemplo, as averiguações começaram a partir de uma ação da Polícia junto com o Ministério Público quando foram pesquisar um de seus primeiros casos “orkuteanos” .Desde então, foram encontradas muitas salas nas quais expressavam-se aspectos discriminatórios, e a partir dessa ação as apreensões dos usuários deram seus primeiros passos. Outro grande problema dessa nova forma de “manifestação criminal” é o trafico de drogas e seus derivados por meios virtuais. A venda de balas, êxtases e outras drogas eram feitas descaradamente , muitas vezes tinham os contatos dos promotores de eventos e conseguiam vender , com intuito da encomenda ser revendida nas festas com preços mais altos,sem contar que tinha toda uma estratégia e utilização de códigos, como todo crime, sendo que esse de organizado não tinha nada. Depois que a polícia soube da existência dessa nova forma de venda de drogas e entorpecentes, começaram a fiscalização dessas páginas on-line. Esses tipos de crime via internet, tanto os de preconceitos quanto os de tráfico geralmente são realizados por jovens estudantes da classe média, e esta é só mais uma prova de que a criminalidade está presente em todo e qualquer lugar e não somente nos subúrbios e favelas, nos lugares mais carentes das grandes cidades. Espero que os trabalhos de combates que surgiram e que ainda hão de surgir, realmente consigam deter esses traficantes e preconceituosos virtuais.

segunda-feira, abril 17, 2006

DENÚNCIA – Devastação sem Barreiras.

Por Peu Lucena


Depois de devastadas gigantescas fatias de cerrado do centro-oeste e do norte do país, as monoculturas chegam ao nordeste com força total.
É exatamente o que está acontecendo na região de Barreiras no extremo oeste da Bahia. Impulsionados pelas condições perfeitas para o plantio de soja, algodão e café – terras de cerrado, muito planas, chuvas regulares e composição do solo de fácil correção – agricultores compram e devastam o bioma mais rico do planeta.
Impulsionados pelos preços das terras baianas, pequenos agricultores sulistas estão trocando seus lotes no sul do país por latifúndios no nordeste, passando de camponeses a milionários. Tal fenômeno tem ocorrido de tal forma que cidades basicamente habitadas por gaúchos estão surgindo da noite para o dia em pleno cerrado, como é o caso de Luis Eduardo Magalhães, situada a 200 km da divisa BA – GO e a 100 km da cidade de Barreiras.


Dados

A região vem ganhando destaque nacional porque realmente apresenta números impressionantes em relação ao resto do nordeste. Eis alguns deles: a região de Barreiras é responsável pela produção anual de 2,5 milhões de toneladas de grãos, só a produção de algodão pulou de 18 para 110,86 mil toneladas em apenas 3 anos, a mesma região é responsável por 18% do faturamento da Case do Brasil, fabricante de máquinas agrícolas.

Crime

Porém todo esse crescimento e essa riqueza são construídos por meio de muita devastação e depredação do cerrado. Recentemente a cidade andou na pauta dos telejornais por se ter desmontado um esquema de compra de autorizações falsas do IBAMA, documentos esses que permitiam ilegalmente o total desmatamento da vegetação. A região do nordeste com a mais rica bacia hidrográfica tenta, sem sucessos, comportar centenas de pivôs que sugam a água dos rios para as plantações. Certas propriedades possuem cerca de 25 a 30 desses pivôs, detalhe, cada um custando em média um milhão de reais.
A região com inúmeras cachoeiras, grutas, e belos rios não conta com nenhuma reserva ecológica ou parque nacional. Demoram-se alguns anos para que milhares enriqueçam, que cidades cresçam e paisagens sejam transformadas, mas demoram-se desenas, ou até centenas de anos para que esquemas como o citado sejam desmontados, ou que alguma política ambiental seja adotada
.



CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

sexta-feira, abril 14, 2006

CIDADE - Via Sacra em Planaltina

Por Suely Frota



Fiéis se reunirão nessa sexta-feira em diversos cantos do país para celebração da Via Sacra. No Distrito Federal isso não muda, em Cidades como Planaltina a reza estará presente. Hoje muitos fiéis do DF irão contracenar e prestigiar o Espetáculo da crucificação e a ressurreição de Jesus Cristo. Esta celebração que acontece tradicionalmente nas sextas-feiras santas toma conta das populações religiosas como às de Planaltina no Distrito Federal. Esta representação se encontra a bastante tempo no calendário cultural de Brasília. A equipe responsável por este evento o Grupo Via - Sacra de Planaltina, que há 33 anos trabalha com essas encenações destinadas a Semana Santa, garante que esse ano será repleto de surpresas, principalmente por coincidir a idade em que Jesus Cristo foi crucificado com a idade de atuação do grupo. Prometem à população um espetáculo cheio de emoções. A previsão é de que mais de 150 mil pessoas devam conferir tal espetáculo, que neste ano contará com novamente recursos técnicos, contudo muito desses não utilizados anteriormente. A encenação terá uma duração de aproximadamente três horas e meia e será realizada no Morro da Capelinha em Planaltina, e o início será a partir das três horas da tarde. O grupo conta com 1.400 profissionais, divididos entre aqueles que fazem parte da encenação e aqueles que ficam no apoio e suporte de todo o espetáculo. Um show de fé ao céu aberto, que está a muitos anos nessa caminhada e que merece o respeito e o reconhecimento do povo. Para aqueles que se interessarem em ir ao morro da capelinha, lhes foi direcionado algumas precauções, como o uso de protetores e o de calçados confortáveis, com a finalidade de estarem devidamente equipados para uma boa e confortável caminhada. Segundo um dos organizadores do Grupo Via – Sacra Preta Rezende, a intenção do evento é de “evangelizar as pessoas através da arte”. Um evento que promete uma mistura de arte com fé, misticismo e cultura, encantamento e paixão.

quinta-feira, abril 13, 2006

DENÚNCIA – Estelionato vira moda.

Por Dannyele Bernardes


O Distrito Federal está, mais uma vez, na lista “top” dos golpistas. A quadrilha, ultimamente, anda deixando rastros até nos bancos da cidade.
Os falsários oferecem empréstimos parcelados de 12 a 180 meses, com juros de 10,2% ao ano, abaixo da nossa querida taxa básica, o que se torna altamente tentador. Porém, antes de efetivado o empréstimo a quadrilha pede aos futuros interessados um depósito de taxa de abertura ao crédito no valor de R$ 385,00 reais, além de 3,5 a 10% do valor do empréstimo como garantia da operação. Você cairia nessa? Aposto que não, mas o “trambique” já deixou vítimas em 14 estados.
As instituições mais usadas pelos falsários são os Bancos Arbi e o Banco BBM. Optam por bancos menores, pois eles têm atuação limitada a poucos estados, facilitando o “trabalho” da equipe sem que haja grandes inconveniências.
As emissoras de rádio e televisão, e os jornais que fazem as devidas propagandas dos estelionatários, também saem no “prejú”, pois não recebem nem um centavo por tais anúncios, e espero que depois das denúncias nacionais que estão sendo feitas parem de pensar só no próprio bolso e comecem a verificar de verdade o que anunciam.
Sofrem também os bancos, que entram de ‘laranjas’ na história e ainda podem sair com danos na imagem. Afinal, credibilidade é tudo.
As pessoas que mais caem nos golpes são de boa índole e são enganadas pelo desespero em receber os empréstimos. Por tanto, um aviso a vocês, meus queridos de bolso furado, mais vale um vintém na mão do que um furado. E por favor, não façam operações desse gênero pelo telefone. Empréstimos são feitos pessoalmente.
Quanto aos lesados, nós pobres consumidores, somos sempre os mais PREJUDICADOS (vou utilizar o eufemismo, mas a vontade é apelar para a linguagem pejorativa).


CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

quarta-feira, abril 12, 2006

GASTRONOMIA - A sedução do chocolate

Por Gabriela Rocha



Sim! É páscoa. E em mais do que qualquer época do ano estamos cercados por chocolate de todos os tipos.
O chocolate segundo os historiadores tem sua origem no povo Maia e como todos sabemos é feito basicamente de cacau.
Se ele é tão simples de onde surge toda essa magia que ele exerce? Principalmente nas mulheres, que em época de TPM, são devoradoras vorazes de qualquer coisa que provenha dele?
O poder de sedução é tão grande que existem os chocólatras, pessoas assumidamente viciadas em chocolate.
Para tentar justificar isso alguns fatos foram cientificamente provados:

- É um relaxante
Isso acontece porque contem em sua composição triptofano e magnésio, que estimulam diretamente a produção de serotonina (neurotransmissor responsável pela sensação de prazer e felicidade).

- É afrodisíaco (ou pelo menos divertido!).
Dr. Adam Drewnowski, da Universidade de Michigan, descobriu que o chocolate estimula a produção de um produto químico chamado feniletilamina. Esta substância é associada à sensação de “estar apaixonado” o que provavelmente explica o extremo bem-estar ao consumir altas doses de chocolate e sua ligação com o sexo.

Sendo essas informações corretas ou não, é inegável a presença em nossa sociedade. Sua importância é tão grande que alem de um dos maiores símbolos pascais é um presente muito agradável a qualquer situação.
Então, nesse feriado divirta-se com sua forma favorita, pode ser líquido, em barra, gelado, quente, amargo, ao leite, branco, bolo, não importa! E se você ainda não teve a chance assista o lindo romance “Chocolate” protagonizado por Johnny Depp e Juliette Binoche onde toda a magia e sedução são exploradas através de imagens maravilhosas que dão água na boca.

Apenas um pequeno alerta da autora: controle-se porque além de muito calórico ele vicia!


terça-feira, abril 11, 2006

CINEMA – A Máquina

Por Peu Lucena


Surpreendente!
Apesar da divulgação digamos, encima da hora, do elenco parte famoso parte desconhecido e dos boatos de que o filme seria um surrealismo louco e desmedido, “A máquina” não deixou de surpreender.
Sim, a fotografia do filme pode ser chamada de surrealista, o que a torna indescritivelmente bela, o tema pode ter girado em torno de nordestino, algo supostamente batido, mas não, o plano de fundo (bem ao fundo) era nordestino, tratado com a delicadeza e a simplicidade merecida. Os atores estavam ótimos, o enredo é admirador, mas o que realmente conquista o público é o encanto das cenas e a poesia das falas.
Com uma trilha sonora irresistivelmente boa, as falas soam como poesia, uma espécie de cordel, e os gestos expressavam uma emoção típica de contos de fada. Tudo isso se entrelaçou em um filme com uma essência completamente diferente e mágica de tudo o que circula atualmente no mercado. Um cordel louco que nos leva e nos emociona por sacadas e críticas subliminares. Há! Crítico, o filme é muito crítico e sutil. Bate com luvas na imprensa. Sacadas "ao ponto" que mastigam na nossa cara o que antes só cogitávamos ser uma verdade.
Vale muito a pena conferir!


CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

CINEMA – A Máquina

Por Peu Lucena


Surpreendente!
Apesar da divulgação digamos, encima da hora, do elenco parte famoso parte desconhecido e dos boatos de que o filme seria um surrealismo louco e desmedido, “A máquina” não deixou de surpreender.
Sim, a fotografia do filme pode ser chamada de surrealista, o que a torna indescritivelmente bela, o tema pode ter girado em torno de nordestino, algo supostamente batido, mas não, o plano de fundo (bem ao fundo) era nordestino, mas tratado com a delicadeza e simplicidade merecido. Os atores estavam ótimos, o enredo é admirador, mas o que realmente conquista o público é o encanto das cenas e a poesia das falas.
Com uma trilha sonora irresistivelmente boa, as falas soam como poesia, uma espécie de cordel, e os gestos expressavam uma emoção típica de contos de fada. Tudo isso se entrelaçou em um filme com uma essência completamente diferente e mágica de tudo o que circula atualmente no mercado. Um cordel louco que nos leva e nos emociona por sacadas e críticas subliminares. Há! Crítico, o filme é muito crítico e sutil. Bate com luvas na imprensa. Sacadas ao ponto que mastigam na nossa cara, o que antes só cogitávamos ser uma verdade.
Vale muito a pena conferir!

domingo, abril 09, 2006

ESPORTE: É CAMPEÃO!

Por Bernardo Borsato


Após 8 anos sem títulos, com uma passagem pela segunda divisão do campeonato brasileiro, o Botafogo é o campeão do Campeonato Carioca de 2006. No primeiro jogo o Fogão derrotou o Madureira por 2 a 0, uma final movimentada e disputada, resultado justo e merecedor. Hoje o Maracanã recebeu aproximadamente 45 mil torcedores, a imensa maioria alvinegros. Nem todos já davam o título como certo, o Botafogo estava sem sua principal estrela, o armador das jogadas, Lúcio Flávio que rompeu os ligamentos do joelho na primeira partida da decisão e ficará fora dos gramados de 4 a 6 meses. O jogo começou e logo o Fogo dominou a partida, Dodô acertou um belíssimo chute de fora da área acertando o ângulo do goleiro Renan, 1 a 0 Fogão. No início do segundo tempo o Bota ampliou a vantagem, após um toque de Zé Roberto por cima do goleiro, a bola ia entrando, Dodô empurrou de vez para dentro, 2 a 0 Fogão, Dodô atilheiro do Campeonato Carioca de 2006. O fraco, porém bravo Madureira descontou com Fábio Júnior em jogada individual. Quando tudo parecia estabelecido, o Botafogo liqüidou a partida, Reinaldo para o delírio da torcida. O maraca estava incendiado, a torcida cantava, uma linda festa, torcedores ilustres emocionados, Beth Carvalho, Claudio Adão, Jairzinho e Nilton Santos, afinal foram 8 anos sem alegrias para a cachorrada, como é popularmente conhecida a torcida do Botafogo. O canil está em festa, parabéns ao Glorioso.



Resultados dos Campeões Estaduais


Santos 2x0 Portuguesa - Santos Campeão Paulista após 21 anos.

Paraná 1x1 ADAP - Paraná Campeão Paranaense.

Sport 0x1 Santa Cruz - Sport é Campeão Pernambucano, nos pênaltis.

Internacional 1x1 Grêmio - Grêmio Campeão Gaúcho.

Figueirense 3x0 Joinville - Figueirense Campeão Catarinense.

Ceará 1x0 Fortaleza - Ceará Campeão Cearense.

Vitótia 3x1 Estrela - Vitória Campeão Capixaba.

Goiás 1x0 Atlético GO - Goiás Campeão Goiano.



CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

sábado, abril 08, 2006

COTIDIANO: RIR É O MELHOR REMÉDIO

Por Suely Frota

Patch Adams, imitou os Doutores da Alegria ou os Doutores se inspiraram em Patch Adams?
A ordem dos fatores não altera este ato de solidariedade que ambos representam. Tudo começou quando o diretor do Circo Big Apple Circus de Nova Iorque resolveu comemorar a inauguração de um hospital da cidade americana, e proporcionou aquelas crianças que não puderam estar no evento uma visita de um doutor palhaço. Desde então se fundou o Big Apple Circus Clown Care Unit, uma aliança de artistas que se especializaram em levar alegria às crianças internadas nos hospitais .
O Fundador e Coordenador Geral, Wellington Nogueira (Dr.Zezinho) foi quem teve o privilégio de conhecer esse trabalho primeiramente e se encantar com ele,e depois de três anos em Nova York ,passou a "atender" no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes em São Paulo .Em 1991 uma dupla de palhaços iniciava o projeto no Brasil quando passaram a entrar nos hospitais regularmente, levando boas gargalhadas às crianças hospitalizadas.A partir daí só cresceram, hoje os Doutores da Alegria estão espalhados não somente em São Paulo, mas são encontrados também nos hospitais do Rio de Janeiro e de Recife, contando no todo cerca de 69 palhaços .
Hoje com mais de 15 anos instituído no Brasil, é um dos projetos mais reconhecidos, e que inspirou a muitos seguir um caminho semelhante. Atualmente existem vários grupos desvinculados dos Doutores da Alegria, que visitam os Hospitais com vestimentas de palhaços em diferentes localidades do Brasil.
Ao longo do tempo tiveram algumas oportunidade de mostrar seus trabalhos fora dos hospitais. No ano de 2005 foi lançado um longa - metragem que mostrou um pouco do trabalho dos Doutores, e recentemente ,na semana passada ,pela primeira vez ganharam os Palcos de São Paulo num espetáculo infantil que contava como é um dia de um palhaço, narrando do acordar até aos atendimentos nos hospitais. Porém isso não fizeram desligar os Doutores Palhaços de seu objetivo principal que é animar as crianças diariamente para que elas não saibam mais o que é tristeza, e que a alegria predomine, pois rir é o melhor remédio!



CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

quinta-feira, abril 06, 2006

CULTURA: Músicas velhas com músicos novos.


Por Gabriela Rocha

Quando ouvimos os nomes Jazz, Blues, Soul, Rock assimilamos logo a antigos ritmos, músicas de décadas há muito vividas.
Mas isso não é completamente verdadeiro, o velho virou vintage e muitos músicos, na casa dos vinte e poucos anos, pregam com muito amor e dedicação esses sons que podem soar estranhos em uma época tão eletrônica quanto a que vivemos.
Começando pelo Rock, que estava cada vez mais distorcido e misturado, vieram de Nova York os Strokes. Responsáveis pelo revival do rock de garagem e a repopularização do som cru e limpo. Julian Casablancas (28) e sua banda, que conta com o baterista meio brasileiro Fabrizio Moretti (26), soam em muitas músicas quase nostálgicos, comparados por alguns críticos com o estilo dos primeiros singles dos Beatles.
Da potente voz da britânica Joss Stone (18, isso mesmo 18!) temos o arranjo soul das divas, muito influenciada pela grande Aretha Franklin, vale a pena ouvir a melodia simples e a incrível amplitude vocal da cantora que se contrapõem a toda produção e mixagem das atuais “divas pop”. Sugiro, Dirty Man do álbum The Soul session no qual o instrumental é quase acessório e o grande brilho da música é a voz maravilhosa de Joss.
Espelhando-se em repertórios como os de Ray Charles e Buddy Guy temos John Mayer (28) que renunciou seu status de cantor de letras doces e meigas para mergulhar profundamente no Blues. Em seu novo trabalho, denominado John Mayer Trio, o americano aposta em longos solos de guitarra, demonstrando toda sua habilidade com o instrumento e regravando alguns dos maiores clássicos do blues como I don´t need no doctor de R. Charles.
E ainda desconhecido no Brasil, o britânico Jamie Cullum (26), que com uma voz seca e grave traz o Jazz em uma roupagem moderna flertando em alguns pontos com o rock e até com o eletrônico. É a grande promessa para expor ao público jovem o estilo marcante e grandioso do jazz que foi tão popular nas décadas de 20 e 30.
E assim, nós jovens, ouvimos “músicas velhas” em versões um pouco mais contemporâneas (mas sempre mantendo a identidade musical) produzidas por cantores de nossa geração nos proporcionando contato com os grandes estilos sem encararmos como algo datado ou fora de moda.



CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
As últimas do HORÁRIO

quarta-feira, abril 05, 2006

CRÔNICA – Frozen Bananas

Por Peu Lucena


Certas coisas não mudam nunca, e tem certas coisas que, caso mudassem, perderiam todo a graça e o sentido. Imaginem vocês nosso saudoso Chico Buarque cantando um belo de um “proibidão”, imaginem o programa do JÔ passando ao meio dia (menos catastrófico que o Faustão passando TODO dia!), imaginem um dia com 48 horas, imaginem Miami sem os cubanos e o Texas sem os mexicanos, imaginem a Madona escrevendo livro infantil (aí já foi pedir demais!).
Todos estes pensamentos nasceram e foram guiados por um sentimento de nossa autoria, sentimento que nos faz estranhar as propostas acima, sentimento esse que a grande maioria da população enche a boca pra falar que não tem: o pré-conceito.
Temos padrões fixados em nossas chulas cabecinhas, e quando algo vai contra esses padrões, nascem os conflitos de conceitos, algo estranho, a princípio inconcebível.
E é justamente desse conceito pré-formado que o Brasil é vítima. Um exemplo disso foi o fato de que ao participarem das olimpíadas de inverno que aconteceram em Turim, no início do ano, a equipe brasileira recebeu o taxativo apelido de frozen bananas (bananas congeladas). Tirem suas conclusões. Outro dia, desenvolvendo uma conversa com um taxista na cidade de Kissimee, na Flórida, surpreendo o mesmo ao contar que no Brasil existem Mc Donalds, Bolckbusters, Wall Mart e etc. E ainda tenho que ser calmo para responder perguntas como: “lá os macacos andam na rua? Você vive em uma floresta? É verdade que o Brasil só exporta bananas?!”
É incrível como criou-se no exterior um conceito de Brasil totalmente ignorante e deturpado. Somos um país “continental”, com inúmeras culturas, uma das principais economias mundiais, mas desconhecido fora dos seus limites, um país estereotipado.
Surpreendente ver como Pelé, que imortalizou o futebol, e Carmem Miranda, que imortalizou a banana (!), marcaram profundamente nossos traços no exterior. Não sabe-se, nem se procura saber nada sobre o Brasil nos países ao redor do mundo. Ainda somos o país do samba, do futebol e das benditas BANANAS! Sabe-se tanto sobre a nossa nação, quanto nós sabemos sobre... sei lá... a Argélia!



CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
  • As últimas do HORÁRIO
  • terça-feira, abril 04, 2006

    CULTURA - Circo Brasília apresenta...

    Por Suely Frota


    Durante uma semana Brasília trouxe alegria para muita gente. Terminou no sábado o IV SESC FESTCLOWN , quarta edição do festival internacional de Palhaços , uma parceria da Embaixada da França com o SESC/DF. Um evento onde se retrata toda a arte circense desde o clown até malabarismo, numa mistura de magia, alegria, risos e sorrisos, espalhados por todos os lados.Toda a trupe circense do Brasil se reuniu nos teatros do espaço Funart .Foram proporcionados workshops e apresentações de diferentes cantos do Brasil - Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo - e do mundo - Argentina, Itália, França . O grupo francês Lês Clowns de Sluberland (foto) foi quem primeiro encantou o publico na abertura do evento, com uma combinação de acrobacias, equilíbrio, dança e boas risadas.
    Diariamente durante a noite, sempre no horário das 19h30min e 21h00min, foram apresentados espetáculos na Sala Cássia Eller e no teatro Plínio Marcos do espaço Funart. Na quarta-feira a alegria ficou por conta do grupo Etc E Tal, do Rio de Janeiro que entrou e encantou com o seu espetáculo No Buraco, bastante elogiado pelo publico presente. Mas as palhaçadas não pararam por aí, logo após as apresentações, as 23h00min, acontecia o Clownbaré (Variedades), onde artistas que participaram do evento, tiveram a oportunidade de mostrar seus trabalhos “palhastísticos”.
    Os Workshops oferecidos, eram de diversas atividades circenses, como malabares, acrobacias e clown . Foram realizados na parte da manha e da tarde nas terças e quartas feiras .
    Apesar de terem longa caminhada no mundo da arte circense os artistas Laurent, tânia e Christelle
    do grupo francês Lês Clowns de Sluberland ,em uma das oficinas,transmitiram um pouco da arte do clown para quem participou desta parte do evento. Encerrado no sábado pelas apresentações dos artistas da Itália e da Argentina o FESTCLOWN deixou saudades e muitos sorrisos no rosto, sem falar da expectativa de como será no ano de 2007.
    O festival alcançou seu objetivo de juntar todos aqueles que trabalham e que são apaixonados pelo mundo mágico do circo. Foi um evento que trouxe à capital brasileira, diante de tantos problemas, a chance de respirar durante uma semana a arte de fazer sorrir. Que venha o V FestClown! UMA PIRUETA, DUAS PIRUETAS BRAVO, BRAVO!



    CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
  • As últimas do HORÁRIO
  • segunda-feira, abril 03, 2006

    COMPORTAMENTO - Enquanto isso no templo dos estereótipos...

    Por Carmen Gonçalves

    Pessoas dispostas a andar em círculos durante horas... casais de namorados, uns felizes, outros nem tanto.... crianças soltas aos gritos correndo pra lá e pra cá, lojas lotadas, lanchonetes e sorveterias entupidas (um calor dos infernos fez nesse dia), filas, filas, filas.... É, estive neste sábado em um shopping center aqui de Brasília. Realmente esta condição não me agrada, preferiria mil vezes estar em casa recarregando minhas baterias para logo mais, acontece que pedido de mãe não dá pra negar.

    Acompanhar mães é uma árdua tarefa. Mães patricinhas então, nem me fale... mas vá lá, nada tão terrível assim. Chegando ao templo do Deus Consumo, como diria um amigo meu, diante todas aquelas pessoas ensandecidas e ávidas por produtos expostos nas vitrines, me senti em plena guerra da Bósnia. Todo mundo se importando demais com a roupa que o outro está vestindo, as mulheres pareciam cabides naqueles saltos! Após cerca de vinte minutos andando entre aqueles seres percebi que as vitrines das lojas de tênis e de celulares eram o metro quadrado mais disputado do pedaço. Quando me deparei com as Lojas Americanas quase tive um troço! Todos se amontoavam, se acotovelavam em busca de um ou vários ovos de páscoa, numa luta incompreensível ao extremo para mim. Qual o sentido da páscoa para elas? Jesus, Paixão, para onde foram? Não tive coragem de entrar e por mais que aconselhasse minha mãe, foi em vão, ela os enfrentou. Esperei do lado de fora.

    Após mais esta batalha vencida (sim, pois minha mãe conseguiu sair intacta da loja e com alguns ovos de chocolate em mãos), fomos olhar roupas para ela. Paramos em frente a uma loja e ela adorou a vitrine. Entramos. As vendedoras, todas, já a conheciam (claro, ótima cliente! Bargh!), vieram todas em cima ao mesmo tempo e após uma sinistra troca de olhares, somente uma ficou. E papo vai, papo vem, minha mãe num tira e bota de roupa (porque ela é tão indecisa assim?) que não tinha mais fim, eis que aconteceu o que fechou minha noite (sim, já era noite) com chave de ouro.

    Uma mulher incrível entrou na loja. Ela aparentava uns cinqüenta anos, loira, alta e gorda. Mas muito loira mesmo. E bem gorda também. A roupa dela era fantástica, um barato: ela usava um short micro jeans. Sandália rasteira, um cinto verde. Uma jaqueta jeans e uma blusa verde escura super na moda, um passador de pedras coloridas lindo na cabeleira amarela. A bolsa? Coisa do outro mundo, estilo marroquino, sabe? E melhor, aparentava ter dinheiro.

    Quando esta mulher, de quem eu já era fã a uma hora dessas, entrou na loja, todos que ali estavam olharam, inclusive eu. Todos torceram a cara, cochicharam “que louca, como ela tem coragem de sair assim na rua?” ou então “que ridícula!” ou “ela não tem espelho em casa?”, te juro. Eu continuei olhando.... então ela, que obviamente já tinha percebido o estrago que causara, abriu um sorriso lindo e foi olhar as roupas expostas. Bem de leve, chegou uma vendedora perto dela, a mesma que a havia chamado de ridícula. Ela chegou com um sorriso tão falso que eu não acreditei...como ela conseguiu? Enfim, o alvoroço passou e as pessoas já não se lembravam mais da presença daquela mulher, menos eu.

    Eu não conseguia parar de olhá-la e admira-la. Ela era muito alto astral, positiva, senhora de si. Eu percebi uma beleza incrível, uma mulher forte e super vivida. Sem complexos ou coisas pobres do tipo.
    Então tive muita pena, muita mesmo, de todas aquelas milhares de pessoas que estavam ali naquele shopping e outras tantas que cruzam comigo todos os dias pelas ruas da cidade. Tive muito orgulho daquela mulher, aquele feixe de luz ambulante! Não era nada ridícula e muito menos estava passando vergonha. Ela era muito superior! Não era escrava daquelas leis pavorosas de moda, de estilo. Não parecia ser escrava de dinheiro, se brincar tinha um namorado garotão e uma penca de filhos que se amarravam muito na dela. Pois essa mulher linda salvou meu dia. Existem sim pessoas que vivem, que gozam e se divertem, se curtem. Que não se importam com convenções absurdas e com pessoas mesquinhas que fatalmente cruzarão seu caminho. Minha mãe terminou as compras e ela continuou lá. Fui saindo e filmando aquela coisa toda, ela era mesmo um barato!


    CONFIRA O QUE ESTÁ ACONTECENDO AGORA NO BRASIL E NO MUNDO , ACESSE:
  • As últimas do HORÁRIO
  • domingo, abril 02, 2006

    ESPORTE - Pan-americano Rio 2007: A espera de medalhas

    Por Bernardo Borsato


    Pan 2007, Cidade Maravilhosa, destino de aproximadamente 5500 atletas, defendendo seus respectivos países. São 42 países disputando 28 modalidades esportivas, que estarão nos Jogos Olímpicos de Pequim, com possibilidade de inclusão de outros esportes, sugeridos pelas Federações Internacionais Esportivas e pela cidade-sede.
    O Futsal foi incluído no programa dos Jogos Pan-americanos Rio 2007, a pedido Comitê Organizador do Rio 2007 (CO-RIO). Foi incluído também, boliche, esqui aquático, karatê, patinação (artística e velocidade) e squash.
    No quadro de medalhas estamos atrás de Estados Unidos, Cuba, Canadá e Argentina. São 187 medalhas de ouro, 243 medalhas de prata e 335 medalhas de bronze. Oxalá que nesse Pan-americano no Rio, com a ajuda da torcida, nossos atletas consigam muitas medalhas e que douradas sejam elas!
    A equipe brasileira conta com atletas de altíssimo nível, em todas as modalidades, com grandes chances de medalhas. No judô Hugo Pessanha, 19 anos, conseguiu a vaga na equipe brasileira ao eliminar Carlos Honorato, medalhista olímpico em Sidney.Outro destaque é o atual campeão mundial da categoria Meio-Leves, João Derly. Na ginástica estamos muito bem representado, os irmãos Diego e Daniele Hipólito, e a nossa brasileiríssima Daiane dos Santos.
    Nas piscinas temos Kaio Márcio recordista mundial dos 50m borboleta. Nos esportes coletivos estão nossas maiores esperanças, vôlei de praia e de quadra, tanto masculino como feminino, somos um dos favoritos, no basquete temos uma excelente seleção, com jovens talentosos, mas uma péssima e triste confederação vem enfraquecendo o basquete brasileiro. No futsal o Brasil tem o melhor time do mundo. Que venham essas medalhas!
    No hipismo contamos com Rodrigo Pessoa e a esperança de medalha é sempre grande. Com certeza esse será um Pan de muitas alegrias, medalhas e emoções! Que a Cidade Maravilhosa esteja preparada para hospedar os atletas e os turistas. Viva o esporte brasileiro, viva a paz!

    sábado, abril 01, 2006

    CRÔNICA - "Pega carona nessa calda de... foguete!"

    Por Peu Lucena


    Ele chegou! Depois de alguns meses com a cara estampada na mídia, algumas semanas sendo manchete nacional e alguns dias dando voltas ao redor da Terra, Marcos Pontes chegou à Estação Espacial Internacional. O Brasil é tomado por um sentimento raro, exclusivo de copa do mundo, o patriotismo. O orgulho toma conta da nação. "Nossa! Temos um brasileiro no espaço. Caramba, que tecnologia. Gente, a pesquisa brasileira está mesmo no topo!".
    OK, acordemos. Sem tirar nenhum crédito do nosso nobre astronauta, eu terei o duro papel pessar algumas informações desagradaveis a respeito.
    O Brasil recebeu a proposta de fabricar pequenas peças espaciais, e em troca Marcos Pontes seria levado ao espaço sem nenhum custo adicional, porém, sem investimentos em tecnologia e por descarada preguiça, nosso país desembolsou 10 milhões de Dólares, mais da metade do valor que seria gasto para produzir tais peças, além de milhões de concessões à Russia para instalações no Brasil. Ou seja, o nosso astronauta não foi convidado a ir para o espaço, ele pagou pelo seu assento, isso mesmo, ele não foi convidado pela "empresa", ele usou o vale transporte, como nós. Foi uma caroninha bem remunerada.
    Você lembra quando, na escola, você fazia aquelas experiências de colocar planta no álcool, feijãozinho no algodão, ou coisas do tipo? Então, foi mais ou menos isso que Pontes foi fazer no espaço, experimentos que não representarão muito para a agonizante tecnologia brasileira.
    Nosso país está querendo mostrar resultados à curto prazo sem pesar o custo-benefício de seus atos (aiai, isso tá parecendo ano de eleição). Não digo que sua ida foi inútil, não tiro a grandesa da coisa. Mas talvez devessemos olhar mais para nossa tostada e esquecida Alcântara, conciderada o melhor ponto de lançamento de foguetes de toda a América, de lá gasta-se metade do combustível que se gasta em lançamentos da Flórida. Talvez devessemos seguir o exemplo da Índia, que sozinha faz seu foguetes e satélites e os coloca em funcionamento com maestria. Por ondam os investimentos em tecnologia? A quanto tempo nao ouvimos boas novas eficazes e concretas a respeito?! Tudo bem, Pontes está no espaço, mas o que muda aqui embaixo?!
    Tomara que a tecnologia seja vista no Brasil como uma prioridade, como algo necessário, seja um assunto popular, e não algo de outro planeta.