Horário de Brasília

quarta-feira, novembro 22, 2006

[fragmentos] de REALIDADE – Descontrolador de vôo

Por Peu Lucena

A situação do caos nos aeroportos está resolvida. Nada de passageiros berrando nas filas de check-in, nenhuma moça uniformizada tentando acalmar os descompensados, ninguém mais dormindo em banco de aeroporto ou encima das malas. Sem velhinhas desmaiando, crianças chorando nem adultos chorando também. O caos nas salas de espera e nos saguões dos aeroportos acabou. O desespero agora é dentro dos aviões.

É isso mesmo. Para despistar a imprensa e driblar os nervosinhos de plantão, a tática dos controladores (das empresas aéreas, da FAB, da Infraero, do Lula. Alguém sabe de quem é a culpa?) é tirar os passageiros das filas, embarca-los , e promover o tormento da espera dentro nos aviões. A fila agora é de aeronaves que aguardam, abarrotadas de nervosismo, o momento da decolagem.

O piloto acaba de informar que a aeronave está na fila de espera para a decolagem. Já se passaram 40 minutos desde que nos acomodamos confortavelmente nas minúsculas poltronas da Gol. Como disse meu vizinho de assento: “Aqui a gente não senta, encaixa”. Contabilizando os 30 minutos no chão da sala de embarque, somamos 70 preciosos minutos de tormento encarados por mim com incrível serenidade.

Nesse momento, minha mente sórdida visualiza a sala de controle da torre de comando (ou seria a sala de comando da torre de controle?). Controladores de vôo tomam Dry Martini servidos por comissárias gostosas aposentadas precocemente pela Varig. Com os pés sobre as mesas, exibem suas Havaianas e seus colares floridos enquanto jogam War e decidem qual será o próximo avião a ser contemplado pela dádiva da decolagem.

O comandante anuncia a partida. “Só se for de pôquer”, penso em voz alta. As turbinas tomam força e minha mente sórdida agora não consegue pensar em outra coisa senão em Legacy, transponder, 737, Serra do Cachimbo, barras de cereal, pacotes de amendoim e meus pedacinhos espalhados pela Amazônia.

Obs: “Em pousos de emergência no mar, use os coletes salva-vidas e os assentos para flutuar.” De Brasília pra Porto Velho, é sacanagem né?

3 Comments:

  • visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho visinho!!!

    hahahahahahhahahahhahahhahahahhahah

    peu jumena!

    By Anonymous Anônimo, at quarta-feira, 22 novembro, 2006  

  • han?

    By Anonymous Anônimo, at quinta-feira, 23 novembro, 2006  

  • Eu acho sacanagem colocar os controladores de vôo dessa forma, tão sarcástico. Não é novidade, os jornais mostraram que eles são tão vítimas quanto os passageiros, submetidos a péssimas condições de trabalho. Eu acharia justo se o peu tivesse colocado os figurões da aeronáutica, o ministro da defesa ou o próprio presidente da república dessa forma, tratando a questão com descaso. Achei o tom do texto muito sem noção. Eu já namorei um controlador de vôo, um militar. Vc não imagina o q é rotina deles! além do péssimo salário... injusto, muito injusto.

    By Anonymous Anônimo, at quinta-feira, 23 novembro, 2006  

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