COMPORTAMENTO - Enquanto isso no templo dos estereótipos...
Por Carmen Gonçalves
Pessoas dispostas a andar em círculos durante horas... casais de namorados, uns felizes, outros nem tanto.... crianças soltas aos gritos correndo pra lá e pra cá, lojas lotadas, lanchonetes e sorveterias entupidas (um calor dos infernos fez nesse dia), filas, filas, filas.... É, estive neste sábado em um shopping center aqui de Brasília. Realmente esta condição não me agrada, preferiria mil vezes estar em casa recarregando minhas baterias para logo mais, acontece que pedido de mãe não dá pra negar.
Acompanhar mães é uma árdua tarefa. Mães patricinhas então, nem me fale... mas vá lá, nada tão terrível assim. Chegando ao templo do Deus Consumo, como diria um amigo meu, diante todas aquelas pessoas ensandecidas e ávidas por produtos expostos nas vitrines, me senti em plena guerra da Bósnia. Todo mundo se importando demais com a roupa que o outro está vestindo, as mulheres pareciam cabides naqueles saltos! Após cerca de vinte minutos andando entre aqueles seres percebi que as vitrines das lojas de tênis e de celulares eram o metro quadrado mais disputado do pedaço. Quando me deparei com as Lojas Americanas quase tive um troço! Todos se amontoavam, se acotovelavam em busca de um ou vários ovos de páscoa, numa luta incompreensível ao extremo para mim. Qual o sentido da páscoa para elas? Jesus, Paixão, para onde foram? Não tive coragem de entrar e por mais que aconselhasse minha mãe, foi em vão, ela os enfrentou. Esperei do lado de fora.
Após mais esta batalha vencida (sim, pois minha mãe conseguiu sair intacta da loja e com alguns ovos de chocolate em mãos), fomos olhar roupas para ela. Paramos em frente a uma loja e ela adorou a vitrine. Entramos. As vendedoras, todas, já a conheciam (claro, ótima cliente! Bargh!), vieram todas em cima ao mesmo tempo e após uma sinistra troca de olhares, somente uma ficou. E papo vai, papo vem, minha mãe num tira e bota de roupa (porque ela é tão indecisa assim?) que não tinha mais fim, eis que aconteceu o que fechou minha noite (sim, já era noite) com chave de ouro.
Uma mulher incrível entrou na loja. Ela aparentava uns cinqüenta anos, loira, alta e gorda. Mas muito loira mesmo. E bem gorda também. A roupa dela era fantástica, um barato: ela usava um short micro jeans. Sandália rasteira, um cinto verde. Uma jaqueta jeans e uma blusa verde escura super na moda, um passador de pedras coloridas lindo na cabeleira amarela. A bolsa? Coisa do outro mundo, estilo marroquino, sabe? E melhor, aparentava ter dinheiro.
Quando esta mulher, de quem eu já era fã a uma hora dessas, entrou na loja, todos que ali estavam olharam, inclusive eu. Todos torceram a cara, cochicharam “que louca, como ela tem coragem de sair assim na rua?” ou então “que ridícula!” ou “ela não tem espelho em casa?”, te juro. Eu continuei olhando.... então ela, que obviamente já tinha percebido o estrago que causara, abriu um sorriso lindo e foi olhar as roupas expostas. Bem de leve, chegou uma vendedora perto dela, a mesma que a havia chamado de ridícula. Ela chegou com um sorriso tão falso que eu não acreditei...como ela conseguiu? Enfim, o alvoroço passou e as pessoas já não se lembravam mais da presença daquela mulher, menos eu.
Eu não conseguia parar de olhá-la e admira-la. Ela era muito alto astral, positiva, senhora de si. Eu percebi uma beleza incrível, uma mulher forte e super vivida. Sem complexos ou coisas pobres do tipo.
Então tive muita pena, muita mesmo, de todas aquelas milhares de pessoas que estavam ali naquele shopping e outras tantas que cruzam comigo todos os dias pelas ruas da cidade. Tive muito orgulho daquela mulher, aquele feixe de luz ambulante! Não era nada ridícula e muito menos estava passando vergonha. Ela era muito superior! Não era escrava daquelas leis pavorosas de moda, de estilo. Não parecia ser escrava de dinheiro, se brincar tinha um namorado garotão e uma penca de filhos que se amarravam muito na dela. Pois essa mulher linda salvou meu dia. Existem sim pessoas que vivem, que gozam e se divertem, se curtem. Que não se importam com convenções absurdas e com pessoas mesquinhas que fatalmente cruzarão seu caminho. Minha mãe terminou as compras e ela continuou lá. Fui saindo e filmando aquela coisa toda, ela era mesmo um barato!
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Pessoas dispostas a andar em círculos durante horas... casais de namorados, uns felizes, outros nem tanto.... crianças soltas aos gritos correndo pra lá e pra cá, lojas lotadas, lanchonetes e sorveterias entupidas (um calor dos infernos fez nesse dia), filas, filas, filas.... É, estive neste sábado em um shopping center aqui de Brasília. Realmente esta condição não me agrada, preferiria mil vezes estar em casa recarregando minhas baterias para logo mais, acontece que pedido de mãe não dá pra negar.
Acompanhar mães é uma árdua tarefa. Mães patricinhas então, nem me fale... mas vá lá, nada tão terrível assim. Chegando ao templo do Deus Consumo, como diria um amigo meu, diante todas aquelas pessoas ensandecidas e ávidas por produtos expostos nas vitrines, me senti em plena guerra da Bósnia. Todo mundo se importando demais com a roupa que o outro está vestindo, as mulheres pareciam cabides naqueles saltos! Após cerca de vinte minutos andando entre aqueles seres percebi que as vitrines das lojas de tênis e de celulares eram o metro quadrado mais disputado do pedaço. Quando me deparei com as Lojas Americanas quase tive um troço! Todos se amontoavam, se acotovelavam em busca de um ou vários ovos de páscoa, numa luta incompreensível ao extremo para mim. Qual o sentido da páscoa para elas? Jesus, Paixão, para onde foram? Não tive coragem de entrar e por mais que aconselhasse minha mãe, foi em vão, ela os enfrentou. Esperei do lado de fora.
Após mais esta batalha vencida (sim, pois minha mãe conseguiu sair intacta da loja e com alguns ovos de chocolate em mãos), fomos olhar roupas para ela. Paramos em frente a uma loja e ela adorou a vitrine. Entramos. As vendedoras, todas, já a conheciam (claro, ótima cliente! Bargh!), vieram todas em cima ao mesmo tempo e após uma sinistra troca de olhares, somente uma ficou. E papo vai, papo vem, minha mãe num tira e bota de roupa (porque ela é tão indecisa assim?) que não tinha mais fim, eis que aconteceu o que fechou minha noite (sim, já era noite) com chave de ouro.
Uma mulher incrível entrou na loja. Ela aparentava uns cinqüenta anos, loira, alta e gorda. Mas muito loira mesmo. E bem gorda também. A roupa dela era fantástica, um barato: ela usava um short micro jeans. Sandália rasteira, um cinto verde. Uma jaqueta jeans e uma blusa verde escura super na moda, um passador de pedras coloridas lindo na cabeleira amarela. A bolsa? Coisa do outro mundo, estilo marroquino, sabe? E melhor, aparentava ter dinheiro.
Quando esta mulher, de quem eu já era fã a uma hora dessas, entrou na loja, todos que ali estavam olharam, inclusive eu. Todos torceram a cara, cochicharam “que louca, como ela tem coragem de sair assim na rua?” ou então “que ridícula!” ou “ela não tem espelho em casa?”, te juro. Eu continuei olhando.... então ela, que obviamente já tinha percebido o estrago que causara, abriu um sorriso lindo e foi olhar as roupas expostas. Bem de leve, chegou uma vendedora perto dela, a mesma que a havia chamado de ridícula. Ela chegou com um sorriso tão falso que eu não acreditei...como ela conseguiu? Enfim, o alvoroço passou e as pessoas já não se lembravam mais da presença daquela mulher, menos eu.
Eu não conseguia parar de olhá-la e admira-la. Ela era muito alto astral, positiva, senhora de si. Eu percebi uma beleza incrível, uma mulher forte e super vivida. Sem complexos ou coisas pobres do tipo.
Então tive muita pena, muita mesmo, de todas aquelas milhares de pessoas que estavam ali naquele shopping e outras tantas que cruzam comigo todos os dias pelas ruas da cidade. Tive muito orgulho daquela mulher, aquele feixe de luz ambulante! Não era nada ridícula e muito menos estava passando vergonha. Ela era muito superior! Não era escrava daquelas leis pavorosas de moda, de estilo. Não parecia ser escrava de dinheiro, se brincar tinha um namorado garotão e uma penca de filhos que se amarravam muito na dela. Pois essa mulher linda salvou meu dia. Existem sim pessoas que vivem, que gozam e se divertem, se curtem. Que não se importam com convenções absurdas e com pessoas mesquinhas que fatalmente cruzarão seu caminho. Minha mãe terminou as compras e ela continuou lá. Fui saindo e filmando aquela coisa toda, ela era mesmo um barato!
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6 Comments:
Que louco, realmente! A energia das pessoas e sempre algo surpreendente! Algumas vezes levamos uma surra moral quando pre-conceituamos pessoas. E com simples atos ou apenas olhares, elas nos desmontam....
Trancendental... energico, inexplicavel.
By Anônimo, at segunda-feira, 03 abril, 2006
nheeeeeeeeeee sócio!
ô!!!!
By Anônimo, at segunda-feira, 03 abril, 2006
é para lembrar que julgar pela aparência nunca nunca nunca é correto!
a descrição de shopping foi ótima ahauhauhua
não é assim que eu o encaro...mas tudo bem hauhauhauha
como a su disse isse tema merecia uma crônica!
By Anônimo, at segunda-feira, 03 abril, 2006
1000 acessos!!!!!!!!!!!!!!!! uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!
HB na área!!!!
nheeeeeeeeee
By Anônimo, at segunda-feira, 03 abril, 2006
A gente sempre erra qndo julgamos pelas aparências, sempre acabamos levando rasteira da vida por causa disso.. E tem mais, aposto q a mulher aparentemente brega taria disposta a comprar muuuuito mais q as madames q passam por lá!
Uma crônia é uma boa pedida.
By Anônimo, at segunda-feira, 03 abril, 2006
Acho que, enfim, estamos quase chegando ao tipo de discursão proposto para os comments...
valeu galera!
1000....!!!
By Anônimo, at segunda-feira, 03 abril, 2006
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