Horário de Brasília

terça-feira, outubro 31, 2006

CIDADE VERMELHA//314 Norte - Vai uma cachaçinha aí?

Loja especializada em cachaças artesanais retrata valor da bebida na história e na cultura do povo brasiliense [Leia...]
Por Suely Frota

sábado, outubro 28, 2006

[fragmentos] de REALIDADE - 15 Norte

sexta-feira, outubro 27, 2006

CIDADE VERMELHA//915 NORTE - Em meio ao cerrado, oásis de fé

Brasília, mais conhecida por seu lado místico e pela “áurea mágica” que envolve a região, mostra um ponto de catolicismo fervoroso em santuário na Asa Norte [Leia...]

Por Gabriela Rocha

quarta-feira, outubro 25, 2006

CIDADE VERMELHA//315 NORTE – Mescla religiosa

Conheça a Igreja Messiânica, uma religião na qual budismo e cristianismo se misturam [Leia...]

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Por Peu Lucena

segunda-feira, outubro 23, 2006

CIDADE VERMELHA//215 NORTE - Quem disse que sebo é lugar de velharia?

Dois sebos numa mesma quadra inovam o conceito dos compradores de música da cidade, investem em raridades e em novos artistas locais [Leia...]
Por Melina Sales

domingo, outubro 22, 2006

CENÁRIO – Fontes alternativas de energia aplicadas à realidade brasileira

Com o maior potencial hidrelétrico do planeta, o Brasil é hoje a grande esperança para a geração de energia não dependente de carbono, ou seja, de combustíveis fósseis. Com 18% dos recursos hídricos do globo e com 70% destes recursos ainda inexplorados, o território brasileiro tornou-se, no século dos surtos de desenvolvimento, alvo de especulações e planejamentos diversos para o aproveitamento sustentável de seus recursos hídricos


Por Carmen Gonçalves

Uma das mais atuantes organizações sociais em defesa do meio ambiente, a WWF, lançou este ano a Agenda Elétrica Sustentável 2020. O estudo, baseado em três anos de pesquisas e acompanhamento do setor, sugere uma educação ambiental gradativa até 2020 e tem como instrumento principal fontes alternativas de obtenção de energia para uma minimização dos impactos ambientais causados pela superutilização da matriz hidrelétrica. As pesquisas iniciaram-se quando foi divulgado, pelo Governo Federal, que para suprir a meta de crescimento prevista, cerca de 4,2% ao ano, o Brasil possuía um plano estratégico de energia, onde previa empreendimentos hidrelétricos localizados principalmente na Amazônia. Baseada nesta informação, que a Ong classifica como situação de risco, a WWF-Brasil mobilizou-se junto a outras Ongs e à sociedade com o objetivo de elaborar um plano estratégico alternativo, prevendo que se houver um crescimento acelerado dos setores de economia e infra-estrutura, o País certamente enfrentará um colapso de seguidos apagões e, principalmente, esgotará seus recursos hídricos.

“O Brasil é referência nas negociações internacionais sobre energias renováveis e mudanças do clima. Entretanto, se as decisões tomadas sobre o setor elétrico forem equivocadas, podem levar o País a colocar-se na contramão de acordos e esforços globais, como por exemplo, o Protocolo de Quioto”, afirma Ângelo Lima, Coordenador dos Projetos Demonstrativos da WWF-Brasil, em entrevista ao Horário de Brasília. O representante da Ong afirma ainda, que o cenário elétrico sustentável proposto pelo estudo não necessita ser mais caro que o cenário tradicional (que o estudo chama de Tendencial). Mesmo considerando gastos adicionais para uma maior participação de fontes renováveis, o cenário sustentável prevê uma economia de 12% (cerca de R$ 33 bilhões até 2020) de gastos com a prestação de serviços de fornecimento de energia elétrica. A economia justifica-se por meio de medidas de eficiência energética.

Ângelo explica que o estudo possui dois pontos chaves: a redução do desperdício de energia e o aumento da participação de novas fontes de energia renováveis. “O Cenário Sustentável evitará a implantação de 78 mil MegaWatts no sistema elétrico nacional e com isso, reduzirá os potenciais conflitos sócio-ambientais ligados à expansão hidrelétrica na região Amazônica”, esclarece. Para se ter uma idéia, 75 mil MW equivalem, aproximadamente, ao que 6 Itaipus produziriam dentro de dez anos.

O estudo aborda ainda, e com igual relevância, a questão dos subsídios concedidos às fontes convencionais de energia. Segundo a WWF-Brasil, os subsídios aos combustíveis fósseis favorecem o desperdício de eletricidade e dificultam a inserção de fontes renováveis na matriz energética do Brasil. A Ong prega a redução imediata destes incentivos, de forma a minimizar o favorecimento que eles proporcionam, no mercado, a combustíveis como diesel e carvão. “O papel dos subsídios e a sua gradual extinção deverão ser considerados levando-se em conta seus impactos na economia, nas populações e as alternativas viáveis existentes”, informou a WWF-Brasil por meio de sua assessoria.

Fontes renováveis alternativas que o estudo sugere

Bioenergia
A utilização biomassa (cana-de-açúcar e arroz, por exemplo) como fonte energética é bastante interessante para o país, por ser uma fonte complementar à hidrelétrica – regiões Sul e Sudeste – onde a colheita de safras propícias à geração de energia elétrica ocorre em períodos diferentes do chuvoso. A biomassa destaca-se por apresentar enorme economia no transporte do produto e por possuir baixo custo de matéria-prima.

Energia Eólica
O mercado de energia eólica cresce cerca de 40% no mundo, um excelente ritmo. Na Europa, por exemplo, está prestes a tornar-se tão economicamente atrativa quanto as fontes energéticas tradicionais. No Brasil, principalmente no Nordeste, a eólica também complementa a matriz hidrelétrica, tendo em vista que os regimes de ventos ocorrem no período da seca. Na região, inclusive, encontra-se o maior potencial eólico do País. Turbinas eólicas brasileiras já são produzidas.

Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs
A capacidade brasileira instalada para as PCHs é de cerca de 7,3 GW, um número significativo. Entretanto, esta fonte, em especial, carece de esforços de modernização tecnológica. Os serviços de instalação e manutenção ainda não são providos por mão-de-obra nacional. Por atuar em bacias hidrográficas de pequeno e médio portes, as PCHs necessitam de avanço significativo em pesquisas relacionadas à tecnologia, legislação e meio-ambiente (licenciamento e impacto ambiental, além de avaliação estratégica, todos concedidos pelo órgão ambiental competente – no caso, o Ibama).


As fontes alternativas de energia são apenas parte do estudo. Há, no texto, temas igualmente interessantes, tais como a (re)educação ambiental, a eterna discussão acerca da seara jurídica que envolve manejo e exploração de recursos florestais/hídricos, a política ambiental promovida pelo governo federal (que traz discussões acaloradas sobre a setorização da ação governamental e sobre a “transversalidade” que teima em não sair do papel, para citar algumas) e outros focos de igual urgência.

A Agenda Elétrica Sustentável 2020 soa como um ensaio sobre preservação ambiental como forma de prevenir prejuízos incalculáveis num futuro próximo. É uma iniciativa nobre por trazer o debate para a sociedade, e por permitir que esta própria faça parte da concepção do estudo. Longe de ser tema novo, a preservação dos recursos naturais teima em permear todos os planejamentos governamentais e sociais para as próximas gerações, pois ela nunca tem seu papel correto no processo. Legisladores e empreendedores (estes, principalmente) colocam a questão ambiental como parte final das ações de desenvolvimento. Estes setores, incluindo aí o governamental, posicionam os estudos de impacto ambiental e até mesmo o licenciamento como mais um obstáculo a ser vencido para efetivar as obras e a exploração. O erro é repetidas vezes cometido, quando o inteligente seria que a preocupação ambiental orientasse estes projetos de empreendimentos. Prevalece ainda, e infelizmente, a prática de não consultar sociedade e setores sociais organizados. Além disso, prevalece a idéia de que a fonte não secará.

sábado, outubro 21, 2006

[fragmentos] de REALIDADE - 16 Norte

sexta-feira, outubro 20, 2006

CIDADE VERMELHA//216 NORTE - Entre esquinas e revelações

Brasília é cidade sem esquinas, de asas, planos, lagos e outros tantos chavões. Mas ao andar pela cidade, descobre-se que existe muito mais que os rígidos setores e pilotis. Descobrem-se lendas [Leia...]
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Por Gabriela Rocha

quinta-feira, outubro 19, 2006

CIDADE VERMELHA//116 NORTE - O preço da arte

Na ponta da asa norte, o que poderia ser uma simples papelaria se tornou referência de projetos culturais para a comunidade. Diversos cursos de arte e uma feira ao ar livre fazem parte da iniciativa desse comércio local. Porém, questões burocráticas desestimulam expositores e ameaçam a continuidade da “Praça das Artes” [Leia...]

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Por Melina Sales

quarta-feira, outubro 18, 2006

SERVIÇO - Semana Nacional pela Democratização da Mídia

:: agenda ::

Dia 19/10 - A mídia no cinema
Exibição de vídeos sobre a comunicação.
Consulte a programação pelo telefone 3327-0732 – Balaio Café.
Local: Cineclube do Balaio Café (CLN 201)
Horário: a partir das 21 horas

Dia 19/10 (quinta-feira)
Marcha dos movimentos sociais
Chamados a todos e todas defensores de uma comunicação democrática para se somar à marcha de vários movimentos contra o retrocesso e por um país mais justo
Local: Concentração no Ginásio Nilson Nelson
Horário: 9h

Dia 19/10 (quinta-feira)
Debate – “Mídia e movimentos sociais”
Convidados: Rafael Vilas-boas (MST), Priscila Carvalho (Conselho Indigenista Missionário),
Local: Faculdade JK (Eixão sul de Taguatinga)
.Horário: 19h
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Dia 20/10 (sexta-feira)
Debate: Digitalização do Rádio e da TV.
Convidados: Roberto Garcez (Radiobrás), Sérgio Mamberti (Minc), Roberto Pinto Martins (Minicom), Taís Ladeira (Amarc), Jonas Valente (Intervozes).
Local: UCB
Horário: 9h30

Dia 20/10 (sexta-feira)
Diversidade cultural e mídia – ato político e lúdico com falas e atrações artísticas
Ato com a participação de diversas bandas, grupos artísticos, de dança, teatro, hip hop, freestyle, MPB entre outras atrações.
Horário: 17h – 22h
Local: Conic (em frente ao Ed. Venâncio III, próximo aos bares)

Dia 21/10 (sábado)
Rádio Arrastão
Transmissão em rede de programação radiofônica sobre mídia, democracia, emancipação e liberdade. Entre os participantes estarão pontos de cultura do DF e Entorno, a Ralacoco FM e a Radiola FM.
Horário: A partir das 14h

Dia 24/10 (terça-feira)
Debate “Criminalização dos movimentos sociais na mídia”
Convidados: Elmano Silva (MST), Rosângela (Movimento de Mulheres Camponesas), Edson Cardoso (Jornal Irohin)
Local: Anfiteatro 11 do ICC da UnB
Horário: 11h
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:: A Semana Nacional pela Democratização da Mídia está em sua terceira edição, e é promovida por diversos coletivos, entidades e movimentos sociais Brasil afora. No Distrito Federal, é organizada pela Rede de Democratização da Comunicação, composta por entidades como o Centro de Mída Independente (CMI), A Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), o Coletivo Intervozes, o Sindicato dos Jornalistas do DF, a Associação Mundial de Rádios Comunitárias (AMARC), a Ralacoco FM, a Radiola FM, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o Movimento dos Atingidos por Barragens, a Central Única dos Trabalhadores, o Centro Acadêmico de Comunicação da UCB, a Liga Brasileira de Lésbicas, a TV Cidade Livre, o grupo Instinto Coletivo e com apoio de outras entidades.

Para ver a programação dos eventos em todo o País, acesse: www.ciranda.net/sedeco Contato: Jandira Queiroz – 84556913/Bráulio Ribeiro – 99871635/Maria Melo - 84646176

terça-feira, outubro 17, 2006

CIDADE VERMELHA//516 NORTE – Setor...?

Terrenos vazios, lixo e oficina disputam lugar no Setor Hospitalar Norte [Leia...]
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Por Peu Lucena

domingo, outubro 15, 2006

DA EQUIPE - A Hora de Brasília

Por Melina Santos com Peu Lucena
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É chegada a hora do Horário de Brasília falar sobre Brasília! Não apenas como matéria do caderno de cidades, mas tendo como tema principal, algo que enfoque e priorize o que acontece perto de nós. A notícia será viva, real e concreta. O leitor poderá checar os fatos e assim tirar melhor proveito da informação. Essa facilidade ocorrerá em função da proximidade do mesmo (pelo menos física) com a notícia. Falaremos sobre o Plano Piloto e suas quadras tão peculiares. As histórias por trás dos pilotis e tesourinhas.

As cidades satélites também serão inseridas nessa empreitada posteriormente. Essa abordagem poderá abranger denúncias, cultura, jornalismo investigativo, informações, artigos e todos os formatos que um blog de âmbito nacional atinge. A diferença é que nosso foco será local.
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O distanciamento adquirido pelo jornalismo pode ter ocorrido por noticiar eventos muito distantes de nossa realidade. Em busca de inovações e trabalhos que dêem atenção especial às comunidades, fazemos essa tentativa de ter um novo olhar sobre a cidade. Dessa forma, o Horário de Brasília se apresenta como um momento para debruçar um olhar diferente e curioso sobre a realidade que nos cerca.

A partir de amanhã, entrará no ar uma série de reportagens feitas nas quadras da 16 Norte. E será assim pelas próximas 32 semanas em que iremos mapear, a priori, todo o Plano Piloto.

Com a Equipe a todo gás, o HB conta com a sua ajuda para essa empreitada. Procuramos sugestões de histórias, denúncias, curiosidades e personalidades de locais diversos. Estaremos todos os sábados das 11h às 14h30 percorrendo as quadras que pautarão a semana. O mais importante é que você participe com a Equipe do HB!

Sugestões de pautas para: horariodebrasilia@bol.com.br

sábado, outubro 14, 2006

. DE VISTA - O Super-Geraldinho

Por Carmen Gonçalves
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Geraldo Alckmin mostrou-se uma bela de uma surpresa ao PSDB, seu partido. Ninguém esperava o crescimento do tucano nas pesquisas e, nunca, uma ida ao segundo turno. “Geraldinho” não só surpreendeu na campanha como também possui grandes chances de derrotar Lula nas urnas.

Diz-se que na convenção do PSDB, ocorrida em junho deste ano, Alckmin fora eleito candidato por haver derrotado a candidatura certa de Serra. Mas não. A candidatura de Alckmin era parte de um plano do partido para as eleições de 2010: o tucano deveria perder para Lula, que ficaria até 2010, completamente desgastado. Isto é, se conseguisse ir até o final. Com o cenário político em frangalhos, a democracia a ruir, Aécio Neves, o governador reeleito de Minas Gerais, sairia candidato. Oooooohhhhhhhh, a salvação da pátria. Literalmente. Tudo estaria bem, se Alckmin não tivesse pegado tanto gosto pela coisa...

A verdade é que o PSDB não imaginou que o povo perceberia que o poder fez mal o PT. Chegar ao Planalto fez Lula cercar-se de companheiros sem a menor qualificação para ocuparem ministérios e secretarias importantes. Não há plano de governo ou de crescimento. Nem mesmo na campanha (desde 2002) há referências reais e concretas ao que seja um plano político sério. O PT fez um plano para si próprio, um compromisso do partido com ele mesmo. Lula sustenta-se por representar (ainda) um mito para o povão. E Alckmin sabe disso. O tucanato virou as costas para esses (e outros) detalhes importantes, mas “Geraldinho”, não.

Alckmin traçou um plano de campanha de dar gosto. Não há aqui demonstrações de preferências político-partidárias, há uma breve análise. O candidato reserva do PSDB é quem anda tirando o sono de Lula, isso é fato. Com o auxílio dos marginais do PT, a campanha do tucano emplacou uma votação mais que expressiva no primeiro turno. Alckmin agora assusta seus adversários.
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Se chegar ao poder, Alckmin fará um bom governo. E um detalhe simples me leva a firmar isso: ele não é um tucano nato. Não me parece que seja o mesmo tipinho de Serra. E nem de Aécio. Aquele sotaque pavoroso, postura de caipira, sorrisinho de fada madrinha, a complacência em pessoa. Não que Alckmin tenha me convencido de que a sua verdadeira identidade seja aquele doido varrido que assisti no debate da TV Bandeirantes. Por perceber diferenças nas origens e na postura de Alckmin, algo me leva a crer que ele romperá com parte da política neo-liberal extrema do seu partido, se for eleito. E, pelo visto, não só eu. Algumas dezenas de milhões de brasileiros também.

sexta-feira, outubro 13, 2006

ENTREvista – Valtecir, o fazedor de monografias

“Faço e vendo monografias; trabalhos para alunos e professores e até teses de pós graduação”

O HB gravou ligação telefônica com Valtecir: administrador formado há 20 anos pelo UniCEUB, atualmente cursa Direito e mantém empreendimento voltado para o mercado de compra e venda de monografias.
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Por Peu Lucena

Horário de Brasília – Alô, bom dia! Com quem eu falo?
ValtecirAqui quem fala é Valtecir.
HB – Oi Valtecir, é que eu vi um cartaz no Sudoeste com o teu telefone e uma referência à monografias, do que se trata? É um acompanhamento do trabalho? Revisão?
ValtecirOlha, a gente faz qualquer tipo de trabalho com a monografia, depende do que você já fez.
HB – Como assim?
ValtecirOlha, eu trabalho com três pacotes básicos pra monografias: 1 – Você faz a monografia e me manda pra eu fazer algumas alterações e correções ao longo do processo. 2 – Você faz o que você conseguir e deixa que eu faço o resto. 3 – Você escolhe o tema, me arranja uns livros para referências bibliográficas e eu te entrego a monografia pronta.
HB – Então, no caso, como eu ainda não fiz nada, se eu te passar o tema você faz o trabalho pra mim?
ValtecirFaço sim.
HB – Mas Valtecir, quanto que você cobraria pra fazer isso?
ValtecirOlha, no teu caso (toda a monografia) eu cobro R$ 900,00. Mas isso eu divido em até três vezes.
HB - E você me entrega ela em quanto tempo?
ValtecirOlha, como ainda estamos longe do período das apresentações, eu posso fazer a sua com mais calma. Eu vou fazendo, mandando pra você, você mostra pro seu orientador e ele dá o feedback. Aí eu vou só fazendo as alterações. Então posso fazer com mais calma. Mas já cheguei a fazer monografias em 12 horas!
HB – Mas Valtecir, quem vai fazer o trabalho é você. Como é que eu vou apresentar, e se os professores perceberem?
ValtecirOlha, é só você dar uma lida no trabalho, vai acompanhado as alterações que eu fizer. E outra, se você quiser eu faço a apresentação em Power Point pra você. Aí é só chegar e apresentar. A sorte é que a maioria das universidades particulares já dispensam os alunos dessa apresentação.
HB – Mas vem cá, o trabalho fica bom mesmo né?
ValtecirOlha, eu nunca tive notícia de aluno que reprovou por causa das minhas monografias. Elas são muito boas! Pra você ter uma idéia, eu faço trabalhos até pra professores, faço também teses de pós-graduação. Até hoje ninguém reclamou.
HB – Qual a sua experiência nesse tipo de trabalho Valtecir? Você é ou já foi professor?
ValtecirNão. Eu sou formado em Administração pelo UniCEUB e estava cursando Direito mas tive de trancar por causa das monografias.
HB – Valtecir, eu vou retornar depois pra a gente fechar o negócio. Seu nome é Valtercir de que?
ValtecirPra que você quer saber?
HB – Só pra eu anotar seu telefone no meu celular.
Valtecir Poe “Valtecir Monografias”.
HB – Ok, mas onde eu te acho?
ValtecirEu tenho um escritório no Sudoeste aqui perto do Mc Donalds. Te passo o endereço quando você decidir fechar o negócio, ok?
HB – Ok, tchau!
ValtecirTchau!
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Comprar monografias é hábito comum entre os que buscam, desesperadamente, uma formatura isenta de esforços acadêmicos. Nesses casos, o comodismo se configura como ato criminoso por parte de quem compra e de quem vende os trabalhos. O esquema promovido por Valtecir pode ser enquadrado como falsidade ideológica. A pena pode chegar a três anos de reclusão.

quarta-feira, outubro 11, 2006

[fragmentos de REALIDADE] - Uma guerra particular pelo espaço público

Certas pessoas fazem parte das nossas vidas e nem mesmo percebemos sua existência. Do porteiro do prédio ao distribuidor de folhetos no sinal. Essas pessoas só interferem em nossas vidas quando algo de errado acontece.
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Por Gabriela Rocha
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Todos os dias estacionava o carro no mesmo lugar, e a mesma pessoa, um homem na casa dos 30 anos, com a aparência peculiar de um morador de rua, assobiava para mim e pedia para lavar meu carro. Sempre negava este pedido, afinal, já tenho uma pessoa que faz este serviço para mim. Então, educadamente, pedia para que apenas vigiasse o veículo.

Isto acontecia sempre. Até que durante 2 dias de uma semana, completamente normal, na hora em que saia do trabalho e voltava ao estacionamento, ele não estava lá.
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No terceiro dia, ele estava do outro lado da rua lavando um carro e, pra variar, assobiou para mim pedindo dinheiro. Eu que manobrava arduamente meu carro, sem direção hidráulica, sozinha, fiquei muito brava pela audácia de vê-lo acenando para mim e nem mesmo ter se dado ao trebalho de vir ajudar. Saí sem dirigir um olhar ao flanelinha, e quando olhei para o retrovisor vi que ele esbraveja me xingando.

No dia seguinte, a mesma rotina. Cheguei, ele assobiou, eu olhei, ele pediu para lavar o carro, eu disse que não e fui trabalhar. Na saída, existiam muitos carros que trancavam o meu, e mais uma vez lá fui manobrar meu carro. Gira pra cá, vai pra frente, dá ré. Desta vez a dificuldade era tanta que o flanelinha decidiu me ajudar. Depois de muito brigar com o volante consegui sair. E é claro ele estendeu a mão esperando sua gratificação. Vasculhei minha carteira e descobri que a única coisa que tinha era uma moeda de cinco centavos, estava naqueles dias em que dinheiro é um substantivo abstrato na conta. Ao entregar a moeda até pedi desculpas. Juro, se tivesse qualquer outra quantia teria entregue. O flanelinha, no alto de toda sua empáfia e superioridade, me devolveu a moeda e disse: Não quero, obrigado! Nesta hora a raiva tomou a minha calma pessoa! Como assim ele não aceitou o dinheiro que eu dei? Ele não está aqui vigiando carros porque passa fome e não tem nenhuma outra forma de sobreviver?

Mais um dia da semana e eu, desta vez, sem nenhuma educação, nem olhei para a cara daquele infeliz que tinha me feito uma desfeita tão grande. Enquanto andava até o prédio ainda tive que ouvir: “Ei, Moça! Porque você não me dá o dinheiro logo. Eu nunca estou aqui quando você vai embora”. Nesta hora eu pensei: alem de ser obrigada a dar dinheiro a ele, eu tenho que fazer isso adiantado? O estacionamento é publico! Só não falei isso tudo para ele por medo, sabe-se lá se ele iria fazer algo a mim ou ao meu carro.

Dias depois, uma chuva forte caia, e lá estava ele em sua posição quase majestosa com um guarda chuva encostado em uma árvore. Pra variar, vários outros carros estavam estacionados em frente ao meu, bloqueavam a saída. Entrei rápido no carro para me proteger da chuva e esperei que ele viesse retirar os carros que estavam lá. Esperei... nada. Buzinei... nada. Desci do carro, na chuva, empurrei os carros eu mesma. Enquanto o flanelinha continuava na mesma posição, desta vez com um sorrisinho cínico nos lábios. E mais uma vez, na hora de sair, ouvi aquele assobio irritante que me pedia dinheiro. Estava travada a batalha! O objetivo dele era me irritar!

Atrasada para o trabalho, estacionei o carro na primeira vaga que vi, enquanto descia ouvi: "Ei! Você não pode deixar aí não. Essa é reservada!" Reservada? Será que ele não sabe que o estacionamento é público? E ele completou: "Só pode ficar aí se eu for lavar. É 5 reais, viu?" Sim! Era guerra! Saí do carro decidida, ignorei o que ele falava e fui embora. Quando voltei descobri que havia sido atingida. Meu espelho retrovisor estava no chão, quebrado. Todas as pessoas em volta ignoravam minha revolta, disfarçavam. Juntei os cacos do meu “ferimento” e fui embora planejando um ataque de resposta. De longe, já na rua, avistei o maldito em um canto assoviando, rindo e pedindo dinheiro.

Minha raiva era tanta que contei esta história a um amigo e finalmente tomei ciência de com que tipo de pessoa estava lidando. Era um morador de rua, um vagabundo, alguém que visivelmente começava a me ameaçar. Eu corria perigo. O cara sabia onde eu trabalhava, que horas chegava e saía. Resolvi recuar...

No dia seguinte, tentei me fazer de invisível mas ouvi o assobio. Baixei a cabeça, caminhei rápido e no final do dia trouxe meu amigo como segurança. Mesmo assim, vi o olhar ameaçador pelo retrovisor. A batalha foi perdida, desisti de estacionar naquele local. Fiquei refém do medo, de uma pessoa que antes era mais um rosto no meu dia e passou a ser uma ameaça.

Troquei de estacionamento, agora paro meu carro em um local distante, fora do caminho habitual que fazia. Rendi-me à ameaça de uma pessoa que hipoteticamente estava ali porque precisava de ajuda. Mas ficou bem claro que aquele ali não queria ajuda. Era realmente um malandro que tem a posição de guardador de carros como meio de lucrar. E que, sem escrúpulos, detinha posição de dono de um pedaço de asfalto no meio de uma via pública.

domingo, outubro 08, 2006

E-DITORIAL

Por Peu Lucena
João, 35 anos, formado em direito, funcionário público desde os 22. João é de classe média alta, já possui casa própria e um apartamento que aluga e complementa a renda familiar. Há! João é casado há 10 anos, casado não, juntado, é, mora junto, papéis burocráticos que afirmem alguma coisa não fazem muito o gênero de João. Ele não têm filhos mas sonha em tê-los. Leva uma vida tranqüila, normal. Trabalho estressante de segunda à sexta, no sábado recebe os amigos em casa e no domingo pega aquele cinema de fim de tarde, programa de casal.

João acordou ontem ao lado daquele ser que tanto ama, seu braço direito, companhia pra todas as horas, alma gêmea, cara-metade... como queiram chamar. João levanta, acorda seu amor com um leve beijo, veste sua roupa, escova os dentes e sai comendo um sanduíche preparado às pressas. Pega o ônibus, repara a cidade, dia nublado, pessoas isoladas no banco, motoristas voando baixo e o cobrador sempre com aquela impaciência, já conhecida, quando João paga a passagem com uma nota de 10.

João chega ao trabalho e recebe, de cara, um elogio da chefa pelo último relatório. O dia está ganho! Aquela megera sem coração odiada com todas as forças pela repartição acabou de enaltecer o profissionalismo de João, bingo! Os colegas o chamam para descerem até o pátio pois dizem estar acontecendo um evento interessante e inusitado.

João desce, sempre curioso. Repara no local uma fila que desemboca em um ônibus verde, com banners e anúncios de ajuda humanitária. João se empolga, vê todos os colegas entrarem na fila e se posiciona igualmente. A fila anda lentamente mas ninguém reclama, a causa é justa, aquele tempo na fila com certeza será gratificado com um gesto belo de solidariedade. João chega à porta do ônibus. Medem sua altura, seu peso, verificam sua pressão. Ok, está tudo em ordem com a forma física do nosso herói. Uma simpática moça fura o dedo de João com um pequeno aparelho e colhe uma pequena mostra de sangue. Alguns minutos depois, um novo Ok é dado. Ótimo sangue, raríssimo, ótimas percentagem de plaquetas e glóbulos brancos. A mesma moça simpática dá a boa notícia a João e o chama para um simples bate-papo antes do tão aguardado momento.

Minutos depois, João sai frustrado pela porta do veículo adaptado para o procedimento. Dá uma última olhada para os amigos que já estão sentados naquelas enormes poltronas, com o braço direito esticado, voltado para cima, punho fechado e em movimento de pressão e relaxamento. João não pôde fazê-lo. Do braço deles salta uma pequena agulha ligada a um duto de plástico que guia o líquido vermelho em direção a uma bolsa de 500ml.

João, ainda chateado, pensa em ligar para a única pessoa que consegue consola-lo, que talvez pudesse explicar por qual motivo haviam negado seu sangue: seu amor. João pega o celular e, sem maiores hesitações, aperta o send. Antônio está em casa ainda meio sonolento, só entraria no trabalho ao meio dia, decidira dormir um pouco mais e só percebera agora que a cama estava vazia. O telefone toca. Antônio atende.
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Tá no sangue!
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Semana passada o HB noticiou a proibição de doações de sangue por parte dos que se declaram homo ou bissexuais. Não vim aqui cair no discurso pronto e afirmar que “isso é um absurdo”, que “preconceito não cola mais”, que “homossexual também é gente”, etc, etc, etc. Vim aqui pelo único e singular desejo de apontar o lado medíocre e fascista de generalizações irracionais como esta.

Na idade média, mulheres solteiras que faziam remédios caseiros e alcançavam a cura, sem que tal cura envolvesse, necessariamente, a fé na Igreja e na figura de um padre ou santo, eram taxadas de bruxas e queimadas aos montes nas fogueiras da inquisição. Nos Estados Unidos dos anos 60/70 negros cantores eram considerados doentes ou arruaceiros, andavam na parte de trás dos ônibus, eram perseguidos, espancados e mortos. Na Brasília dos anos 2000, domésticas residentes em bairros como o Varjão, eram rotuladas como nordestinas infelizes, esposas de traficante, e eram obrigadas a tomar banho de álcool antes de começarem seus afazeres nos burgueses apartamentos da Asa Sul.

Hoje, a taxação vem de forma cínica e governamentalmente educada. O cidadão senta em uma cadeira é educadamente informado que não pode ser doador por ser bi ou homossexual, ou ainda por ter mantido relações sexuais com mais de três parceiras no último ano. Não cola mais aquela máxima que diz que “não podemos julgar”. É claro que devemos julgar, mas faze-lo com quem realmente deve ser julgado. Nesse caso, o Estado, essa máquina hipócrita e ignorante que não respeita o cidadão de bem, nem segue outra velha máxima que profere sobre “aprender com os próprios erros”.
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A sinceridade acabou por humilhar e corromper o orgulho de um cidadão. Antes João tivesse mentido para a moça simpática. Teria doado, salvado uma vida, driblado uma lei e se sentido humano.

sexta-feira, outubro 06, 2006

PAÍS - Violência Contra a Mulher

Por Priscila Sousa
O Brasil é campeão em casos de abusos femininos. Existem várias ONG’S que lutam contra esse tipo de crime tão violento, avanços vem sendo conquistados com o passar dos anos, entre eles, leis constitucionais mais rígidas para punição destes atos.

Um bom exemplo de nova lei, que irá auxiliar muito quem sofre com esse tipo de agressão, é a lei que retira a necessidade de que a mulher prove que foi agredida para que a polícia tome providências. Agora a vítima pode chegar à delegacia denunciar o acusado, que se encontrado, terá sua prisão decretada na hora.
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Um dos principais problemas que agravam a resolução rápida da agressão em questão são as falsas denúncias, trotes, que geram um enorme atraso para quem realmente necessita de ajuda. Outro grande impedimento para que as mulheres denunciem é o medo, que faz com que as vítimas escondam a situação, deixando assim, seus companheiros impunes.

Segundo pesquisas feitas por psicólogos, dentre eles Malvina Muszkat, psicóloga do Pró-Mulher, Família e Cidadania, esse tipo de trauma é irreversível para qualquer mulher. As que têm condições financeiras buscam ajuda psiquiátrica para superar o transtorno e amenizar seus efeitos. Já, as que não tem condições, fogem e se escondem com medo da vingança ou de uma nova violência, guardando para si as marcas do episódio.

Delegacias da mulher
O alto número de delegacias da mulher ainda não é suficiente para atender todos os casos e dar assistência às vitimas. A demora pra aprovar leis é grande, e mesmo depois de aprovadas, essas leis não são fiscalizadas.
É muito importante que soluções rápidas sejam tomadas, pois estes tipos de crimes ocorrem intensamente. É uma realidade muito próxima, talvez até mais do que imaginemos. A justiça, infelizmente, tem deixado a desejar sobre o assunto, afinal, há tempos que ser mulher não é sinônimo de escravidão, apesar de muitas ainda serem tratadas assim por pessoas muito próximas.

Estatísticas
• Uma em cada três mulheres no mundo sofre algum tipo de violência ao longo de sua vida;
• Em todo o mundo, entre 40 e 70% dos homicídios de mulheres são cometidos por seus próprios parceiros íntimos;
• Entre 4% e 20% das mulheres dos países em desenvolvimento vivenciam situações de violência durante a gravidez;
• A violência causa a morte e a incapacidade entre as mulheres em idade reprodutiva tanto quanto o câncer;


“A violência contra as mulheres é talvez a mais vergonhosa entre todas as violações dos direitos humanos… Enquanto ela prosseguir, não poderemos dizer que progredimos efetivamente em direção à igualdade, ao desenvolvimento e à paz”.Kofi Annan, Secretário-Geral da ONU, em “Um Mundo Livre da Violência contra as Mulheres”, 1999

quinta-feira, outubro 05, 2006

CIDADE - Música Capital

Por Melina Santos
Brasília reúne várias culturas de todo Brasil, por isso a diversidade da música brasiliense se faz presente em vários aspectos. A produção de música está em crescimento ascendente no país e no mundo. Para o desenvolvimento desse gênero, músicos e produtores de diversos lugares se reúnem em feiras e eventos para discutir a questão do negócio da música.
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Gustavo Ribeiro de Vasconcellos, músico e produtor de Brasília, esteve presente em um dos últimos desses eventos, a Popkomm, feira de música da Alemanha. Para esse encontro Gustavo preparou um trabalho inédito na cidade. Associado ao Sebrae/DF foi desenvolvido um catálogo da cadeia econômica da música de Brasília. Intitulado “Música da Capital do Brasil”, o catálogo traz informações sobre os principais selos da cidade, seus produtores e artistas, lojas de discos, casas de espetáculos, estúdios e assessorias. Segundo Gustavo: “Esse é o primeiro mapeamento da economia da música de Brasília, que tem como intuito definir dados a fim de desenvolver esse mercado na cidade”.
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O crescimento desse segmento não pára por aqui. Segundo o secretário de cultura do DF, José Ricardo Marques, existem boas perspectivas no ano de 2007 para a música local. O secretário acredita que ainda existe pouco reconhecimento dessa produção e que grupos comerciais não vêem no apoio um meio de valorização de suas marcas. Para suprir essa dificuldade, José Marques apresenta algumas propostas como: o retorno da Rádio Cultura, que daria ênfase à música local; um projeto de lei que faça com que as rádios comerciais disponibilizem de 15 a 20% de sua programação aos brasilienses; um novo site da secretaria de cultura que facilite o acesso à produção local e por fim, o estímulo a festivais com músicos da cidade. O secretário é otimista com relação ao público da cidade, “Brasília tem uma população com alto consumo de cultura por causa da intelectualidade da população e do poder aquisitivo acima da média em comparação ao resto do país”.
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Parece que o mercado de música em Brasília finalmente está se profissionalizando, mas apenas essas ferramentas não são suficientes para modificar o quadro cultural de nossa cidade. Gustavo Vasconcellos lembra que a associação de diversas frentes desenvolvidas na cidade será o que realmente poderá potencializar o mercado da música local. Vamos torcer para que haja uma conscientização da classe e da sociedade, para que com essa valorização da cultura, Brasília se torne referência de música no país.

Próximas Feiras:
Womex – Espanha – Outubro/2006
MEI – Itália – Novembro/2006
Midem – França – Janeiro/2007
Feira de Música Brasil - Recife – Fevereiro/2007
Feira da Música Independente Internacional – Brasília- Julho/2007

O catálogo “Música da Capital do Brasil” pode ser solicitado no Sebrae ou pela página www.grv.art.br
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Comentário - Por Carmen Gonçalves
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Brasília tem alguma coisa que outras cidades não têm. Um astral, uma luz... certamente que a forma como a cidade foi povoada, com a presença de todas as regiões do País, contribuiu para isso. Não foi privilégio dos anos 80 a formação das bandas de garagem, formada por estudantes do segundo grau e inspiradas no rock pungente no mundo inteiro. Ainda hoje, esse movimento acontece. Talvez mais pop, talvez menos idealista, mas sempre cercado de paixão e diversidade. Nos anos 90 a liberação das amarras do rock aconteceu e vários gêneros começaram a fazer parte da nova geração brasiliense, o que fez de Brasília uma cidade com a noite das mais agradáveis para quem procura música. O fato é: mesmo com as imposições do monopólio da indústria fonográfica brasileira, o movimento musical candango destaca-se por sobreviver e criar sempre mais.

quarta-feira, outubro 04, 2006

outrOOlhar - “Legalize já!”

Por Gabriela Rocha
Não exatamente como Marcelo D2 proferiu tantas vezes em seus discursos. O objeto de estudo em questão é o cânhamo. Erva da família Cannabaceae, diferente da Cannabis sativa por apresentar baixo teor de THC (tetraidrocannabinol), o princípio ativo que provoca a famosa “lombra” da maconha.

O cânhamo é largamente utilizado na Europa na indústria têxtil, cosmética e de papel. É comprovado que o linho produzido da fibra é mais resistente que o algodão, tanto que era originalmente usado em jeans da Levis. Marcas como Adidas e All Star têm segmento específico para a linha “Hemp”, tênis e roupas feitos com materiais orgânicos e utilizando a fibra para produzir seus produtos com a mesma qualidade que o original a um custo muito mais baixo.

Na produção de papel sua rentabilidade é quase quatro vezes maior do que o eucalipto, tanto que a China o utiliza largamente em sua produção. Portugal conta com única estatal do mundo que orienta e legisla o plantio do cânhamo. Auxilia desde a compra de sementes, que se tornou muito complicada pela semelhança com a maconha, até a venda de produtos em larga escala. No Brasil, a legislação é tão inconsistente, que é recomendado procurar o Ministério da Agricultura para qualquer tipo de intenção de produção, porte ou uso da planta.

Até 1930, durante o governo de Vargas, era legalizado o uso do cigarro de cânhamo. Após a proibição, algumas marcas importadas conhecidas como “cigarro de Bali” possuem traços da erva em sua composição.

O preconceito continua massivo no país. Em 2001, uma coleção inteira da marca Oskeln foi proibida de ser comercializada por supostamente fazer apologia ao uso da maconha.
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Adeptos da filosofia do Gabeira (deputado), rastafari ou completamente contra o uso, reafirmam a importância e o potencial econômico do cânhamo. Desperdiçar recursos comprovadamente mais rentáveis é insistir no erro de ignorar um produto “por preconceito” e para supostamente manter o controle do uso da maconha, que cá para nós, já é “legalizado” entre os usuários há muito tempo.

segunda-feira, outubro 02, 2006

CIDADE - Doação Restrita

A Fundação Hemocentro de Brasília deu início, na semana passada, à segunda etapa da campanha que visa recrutar doadores de sangue nas Universidades do Distrito Federal. A doação empolgou pelo caráter humanitário e revoltou pelo caráter preconceituoso. Homossexuais são proibidos de doar sangue [Leia...]

Por Guilherme Ferreira

domingo, outubro 01, 2006

E-DITORIAL: Segundo turno, segunda chance

Estamos no segundo turno. Apesar dos meses de pesquisas que apontavam o contrário, apesar de inúmeros discursos petistas de um lado e tucanos do outro, apesar dos nossos colunistas e até de um tal subcomandante Marcos, estamos sim a caminho de 27 dias de muita lavação de roupa suja.

O segundo turno proporcionará mais tempo para as acusações (falsas e/ou verídicas), alianças, promessas e brigas romanas por cada novo voto conquistado. Para uns, um tempo a mais para mentiras e discursos baixos e apelativos, para outros, um fôlego a mais para o exercício democrático. Uma chance extra para as apurações, indiciamentos e revelações que auxiliam a desmascarar os famosos “rabos-presos”.

Com a reeleição, Lula, de certa forma, se isentaria das responsabilidades jurídicas acumuladas pelos seguidos e recentes escândalos. Teria a garantia do nobre cargo de presidente e, na pior das hipóteses, seria vítima de um impeachment tido como irrealizável.

O texto publicado semana passada intitulado “Nós pagamos, eles roubam”. Além da grande polêmica e explícita divergência política, a redação, bem como os comentários, revelaram uma democracia cheia de opiniões impositivas e nunca coexistentes ou complementares. Os conceitos e idéias são sempre apresentados como alternativa única para o país. Não existe, nos discursos, uma relação complementar ou de movimento conjunto. Existe uma ideologia alienante e estritamente unilateral.
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Que venha o segundo turno, que venham as polêmicas, que se discuta política. Talvez discutir seja a única saída, não para uma solução, mas sim para uma compreensão e talvez vislumbre de uma saída fora dos padrões promíscuos em vigor.