Horário de Brasília

domingo, outubro 01, 2006

E-DITORIAL: Segundo turno, segunda chance

Estamos no segundo turno. Apesar dos meses de pesquisas que apontavam o contrário, apesar de inúmeros discursos petistas de um lado e tucanos do outro, apesar dos nossos colunistas e até de um tal subcomandante Marcos, estamos sim a caminho de 27 dias de muita lavação de roupa suja.

O segundo turno proporcionará mais tempo para as acusações (falsas e/ou verídicas), alianças, promessas e brigas romanas por cada novo voto conquistado. Para uns, um tempo a mais para mentiras e discursos baixos e apelativos, para outros, um fôlego a mais para o exercício democrático. Uma chance extra para as apurações, indiciamentos e revelações que auxiliam a desmascarar os famosos “rabos-presos”.

Com a reeleição, Lula, de certa forma, se isentaria das responsabilidades jurídicas acumuladas pelos seguidos e recentes escândalos. Teria a garantia do nobre cargo de presidente e, na pior das hipóteses, seria vítima de um impeachment tido como irrealizável.

O texto publicado semana passada intitulado “Nós pagamos, eles roubam”. Além da grande polêmica e explícita divergência política, a redação, bem como os comentários, revelaram uma democracia cheia de opiniões impositivas e nunca coexistentes ou complementares. Os conceitos e idéias são sempre apresentados como alternativa única para o país. Não existe, nos discursos, uma relação complementar ou de movimento conjunto. Existe uma ideologia alienante e estritamente unilateral.
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Que venha o segundo turno, que venham as polêmicas, que se discuta política. Talvez discutir seja a única saída, não para uma solução, mas sim para uma compreensão e talvez vislumbre de uma saída fora dos padrões promíscuos em vigor.

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