Horário de Brasília

quinta-feira, junho 08, 2006

BRASIL - Invasão MLST: Zorra e prejuízo.

Salão verde transformado em campo de guerra, vandalismo por várias partes, e um prejuízo estimado em R$102,6 mil.

Por Dannyele Bernardes

“Contra a corrupção, mensalão, sanguessuga e pelo fim da medida provisória que impede a desapropriação de terras invadidas”.

Foi com essa frase que Jean Gomes, uns dos coordenadores do movimento, afirma o motivo da balburdia causada na terça-feira, 06/06. O grupo faz parte do Movimento pela Libertação dos Sem Terra, que surgiu há menos de dez anos e diz que coordena 80 mil famílias em nove estados.

Entretanto, não é motivo suficiente para este atentado contra a democracia e desrespeito com o parlamento. E nenhuma punição atenuará tal fato.

Tudo bem que sabemos que não é o primeiro, nem será o último ato de vandalismo, mas com certeza, foi o mais aterrorizador. Foi também uma perfeita cena das “autoridades”, em ocasião em que pudessem mostrar seu poder. Sr. Aldo Rebelo, Presidente da Câmara, “decretou” prisão a todos, quando soube da notícia, enquanto recebia um visitante estrangeiro em sua residência (curioso, não?). Já no plenário resistiram as pressões, tanto do PSOL quanto da bancada ruralista, esta última que pressionava para que fosse chamado o Exército. A Polícia Legislativa em parceria com a Civil se encarregaram da identificação daqueles que atentaram contra pessoas e o patrimônio público.

Maranhão, um dos principais nomes do MLST e secretário nacional de Movimentos populares do PT, foi informado que pode ser expulso. Assim como os militantes, que podem ser indiciados por vários crimes. “Nós viemos aqui fazer uma manifestação pacífica, com uma carta para o presidente pedindo um espaço para ter um diálogo com os nossos companheiros, e simplesmente, na hora da entrada, o pau comeu”, afirma Maranhão em defesa perante as acusações. Tarefa árdua, diante da fita que mostra que o movimento teria já intenções de invasão da Câmara.

A primeira estimativa, divulgada terça-feira, pela Diretoria-Geral da Câmara aponta que o danos materiais provocados pela invasão do Movimento de Libertação dos Sem Terra somaram R$ 102,6 mil. Dentre os danos estão terminais de auto-atendimento, microcomputadores, e as portas de blindex que foram quebradas.

Resta saber como irão arcar com tais prejuízos. A causa era pra ser nobre, mas a conduta foi simplesmente deplorável.