Horário de Brasília

sexta-feira, setembro 29, 2006

COMPORTAmento: Flash mob – a idiotice do moderno

Flash mob, em português, multidão instantânea. Movimento de um grupo de pessoas que se reúne em um lugar público, faz algo coreografado, aparentemente sem sentido, e após chamar atenção, voltam ao anonimato da multidão
Por Gabriela Rocha

O primeiro aconteceu em junho de 2003 em Nova York. Por meio da internet, divulgou-se um evento batizado de projeto mob que reuniu aproximadamente 100 pessoas em volta de um tapete em uma loja. Após esta primeira intervenção, a novidade espalhou-se pelo mundo, até que no Brasil, em 2004, um grupo atravessou um sinal na Avenida Paulista com os sapatos na mão e batendo-os no chão como se estivessem matando baratas.

Segundo os que pregam, o “purismo” do movimento flash mob é legítima aglomeração instantânea, não tem pretensões políticas de natureza alguma, sendo, antes de qualquer coisa, celebrações do nonsense. Ou seja, a legítima representação de uma “geração perdida” sem nada para fazer ou se preocupar, que para se ocupar e escapar do tédio e marasmo procuram “manifestações” para passar o tempo.

Os modernos ou hypes o consideram como uma resposta “a uma sociedade na qual cada um de nossos gestos está carregado de uma triste previsibilidade.” Frase esta dita por Rodrigo Gurgel, jornalista que escreve para um site de “moderninhos antenados” o Novae. E Gurgel continua: “É uma espécie de potlach, no qual seus participantes queimam, simbolicamente, a ordem da sociedade, recusando - ainda que por poucos instantes - os valores acumulados em suas consciências como bens inquestionáveis da civilização”. Para explicar melhor, potlach é uma palavra inglesa que significa dar, originada um ritual indígena norte americano que tinha como objetivo a oferta de bens e redistribuição da riqueza. Então, traduzindo, o flash mob seria uma grande revolta do jovem oprimido pela sociedade contemporânea massificante.

Posso ser até preconceituosa neste momento. Repetir as críticas que foram feitas aos Modernistas na década de 20. Mas isto é uma grande besteira, de jovens fúteis, sem objetivos ou pretensões que ficam se entretendo com um monte de bobagens irreais ao invés de fazerem algo sério e tentarem sair da “bolha”.

3 Comments:

  • A total falta de objetivos, ambições e perspectivas... Uma geração tomada por uma maioria degradante!

    By Anonymous Anônimo, at sexta-feira, 29 setembro, 2006  

  • Integralmente de acordo! Antes da conclusão da articulista pensei que ela defendia tal "bisonhice". Fico feliz!

    Veja que por "a legítima representação de uma 'geração perdida' sem nada para fazer ou se preocupar, que para se ocupar e escapar do tédio e marasmo procuram 'manifestações' para passar o tempo" percebemos a alienação vigente: nossa geração tem MUITO que fazer senão vai perder o bonde da História. Não sei quanto aos classe média americanos, mas o negócio aqui está fedendo a enxofre!

    Ótima construção textual, tá de parabéns! E foi sintética, coisa que dizem que eu não sei ser.

    By Anonymous Anônimo, at sábado, 30 setembro, 2006  

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