CRÔNICA – Pequenas coisas...
por Peu Lucena
Dia desses me peguei num flagrante quase que imperdoável para minha ideologia. Estava eu sentado a mais de duas horas frente a um monitor de plasma, pelo qual escorriam linhas e mais linhas de siglas e nomenclaturas que há um mês atrás seriam totalmente desconexas pra mim. Degustava delicada e carinhosamente a pauta de atividades do Senado Federal. Todos aqueles PLSs, PDSs, PLs, MPs eram incrivelmente familiares e construtivos em minha mente doentia.
E não terminava por aí a minha alucinação conceitual. Preocupava-me ferozmente a internacionalização da Amazônia, me tiravam o sono os comentários futebolísticos do Galvão e as falas geniais dos pastores nas rádios. Frases não ditas, gestos quase feitos, ações não reais, opções não claras. Tudo isso, por incrível que pareça arrancou lágrimas dos meus olhos. E eu pergunto: por que?
Por que somos tão vulneráveis à complexidade da vida? Por que mergulhamos de cabeça nessa festa sem escrúpulos e totalmente surreal nomeada como um palavrão de Sociedade Contemporânea Complexa? Alguém pode me dizer pra que esse COMPLEXA no final?
Fui sugado para uma atmosfera COMPLEXA que me mostrou o quão louca e alucinada está a realidade das coisas. Cheguei a ouvir mais a voz da Heloísa Helena, em seus pronunciamentos do Senado, que a voz da minha mãe. Conheço muito bem toda a vida do Caco Barcelos, mas não faço idéia do nome de meu vizinho. Sou considerado conversador, falador, o despojado, mas ao entrar em um elevador não consigo escapar do bom e velho roteiro: 1- olhar para o chão. 2- olhar para o teto. 3-olhar para o espelho. 4- sair dizendo um frio e seco “brigado”. Sou mais um cabrito nas grandes “baias” de alimentação dos shoppings.
Rendi-me à insanidade COMPLEXA da sociedade! Mas quero refúgio de toda essa loucura que, ao contrário do que eu pense, se concentra mais especificamente entre o meu pescoço e os meus cabelos... Coloco a mochila nas costas e volto para onde tudo começou. Pelo menos ainda olho nos olhos das pessoas... Apesar de tudo!
Dia desses me peguei num flagrante quase que imperdoável para minha ideologia. Estava eu sentado a mais de duas horas frente a um monitor de plasma, pelo qual escorriam linhas e mais linhas de siglas e nomenclaturas que há um mês atrás seriam totalmente desconexas pra mim. Degustava delicada e carinhosamente a pauta de atividades do Senado Federal. Todos aqueles PLSs, PDSs, PLs, MPs eram incrivelmente familiares e construtivos em minha mente doentia.
E não terminava por aí a minha alucinação conceitual. Preocupava-me ferozmente a internacionalização da Amazônia, me tiravam o sono os comentários futebolísticos do Galvão e as falas geniais dos pastores nas rádios. Frases não ditas, gestos quase feitos, ações não reais, opções não claras. Tudo isso, por incrível que pareça arrancou lágrimas dos meus olhos. E eu pergunto: por que?
Por que somos tão vulneráveis à complexidade da vida? Por que mergulhamos de cabeça nessa festa sem escrúpulos e totalmente surreal nomeada como um palavrão de Sociedade Contemporânea Complexa? Alguém pode me dizer pra que esse COMPLEXA no final?
Fui sugado para uma atmosfera COMPLEXA que me mostrou o quão louca e alucinada está a realidade das coisas. Cheguei a ouvir mais a voz da Heloísa Helena, em seus pronunciamentos do Senado, que a voz da minha mãe. Conheço muito bem toda a vida do Caco Barcelos, mas não faço idéia do nome de meu vizinho. Sou considerado conversador, falador, o despojado, mas ao entrar em um elevador não consigo escapar do bom e velho roteiro: 1- olhar para o chão. 2- olhar para o teto. 3-olhar para o espelho. 4- sair dizendo um frio e seco “brigado”. Sou mais um cabrito nas grandes “baias” de alimentação dos shoppings.
Rendi-me à insanidade COMPLEXA da sociedade! Mas quero refúgio de toda essa loucura que, ao contrário do que eu pense, se concentra mais especificamente entre o meu pescoço e os meus cabelos... Coloco a mochila nas costas e volto para onde tudo começou. Pelo menos ainda olho nos olhos das pessoas... Apesar de tudo!
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