. DE VISTA - Quero Corrupção!
Geraldo Alckmin, Heloísa Helena e Cristovam Buarque não precisavam de mediador: no debate televisivo do dia 13 de setembro todos firmaram um pacto anti-Lula e esqueceram de gerar polêmica – já não se fazem debates como antigamente...
Por Rafael Aguiar
Desenrolou-se na quarta-feira passada talvez o debate entre candidatos à Presidência da República menos visto de todos os tempos. Foi transmitido pela Rede Gazeta e também para os internautas do Portal Terra. O virtual líder do esquete e provável vencedor em primeiro turno não deu satisfações, para variar. De qual bar conferiu a disputa?
Seja de onde tenha sido, fato é que Lula da Silva apreciou muitos xingamentos a sua pessoa. Eufemizados, claro. Fujão, cara que compactua com a corrupção debaixo de seu nariz e esmoleiro teriam sido suficientes para despertar os "eleitores-bolsistas" contra tão temível reeleição? Analisemos os desempenhos pormenorizadamente:
Alckmin – Tão seguro que postergava a verdadeira resposta para além daquele 1 minuto e meio, ou 1, ou meio, desafiando os "Ok, ok, ok" da apresentadora. Cortassem os microfones, ora pois! Isso é facilmente perceptível na pergunta feita por um jornalista sobre o posicionamento do ex-governador de SP com respeito à emenda da reeleição. O homem poderia responder "Sou contra" e desenvolver a justificava na sobra do cronômetro, mas gastou 90% dos escassos segundos tratando de defender Mário Covas e FhC (como adora dizer Millôr Fernandes, o superlativo de PhD!). Seu "não, não sou a favor" veio praticamente estourado. Desse jeito prolixo, G.A., caso consiga o que tanto quer, só vai servir para empurrar os problemas do Brasil com a barriga por mais 4 anos até o sucessor! Será mal de médico? Não sabe como dizer a um paciente que ele tem apenas mais alguns dias de vida?!? A nação está na UTI.
H. H. – Ah, se ela ao menos respondesse o que lhe era perguntado acerca de Economia! Eis o ponto sensível de seu programa. Crer na reforma braçal de toda a estrutura sócio-político-econômica, ainda que não haja nada de errado no combate a um antigo pesadelo do brasileiro, a inflação! Onde estava Heloísa Helena por todos esses dias instáveis de consolidação da democracia e da estabilidade econômica, quando o governo era forçado a congelar os preços e lançar planos e mais planos fracassados num ritmo incrível e quando o consumidor estocava meio supermercado em casa esperando o pior? Viajando a tout le monde?
Cristovam Buarque – O "Senhor Cronos". Terminava suas respostas exatamente nos três segundos finais, sem a mínima margem de atraso. Não atacava aos outros. Teve sua vitória pessoal. Que pena que a mesma careça de representatividade, porque, como ele mesmo ressaltou, "quem sabe que o povo precisa de educação é a parte do povo que já passou pela escola". Resolva essa, amigão! Como em terras tupiniquins dá mais pobre do que urubu em corpo de morto, fica difícil as pretensões de voto no patrono da Educação ultrapassarem 1%.
Na verdade, pelas linhas discursivas, tanto bafafá ("temos de buscar..., temos de mudar..., iremos reformar...") e acusações a quem se encontrava ausente (será que, se resolveu respeitar a Lei Seca, Lula não foi porque estava doente? De cama? Será que era caxumba?!) só servem para adiar um pouco a festa do barbudão. No mínimo o atual presidente ganha em segundo turno. E sem precisar gastar saliva.
Bárbaro, não? Defender caixa dois dá voto! É uma lástima que figuras como Luiz Estevão e Eurico Miranda estejam inelegíveis (salvo engano quanto ao primeiro). Queria ajudar a eleger um comprador de votos também nas esferas estadual e municipal, além da federal. Ainda resta uma esperança: transferir meu título de eleitor para Alagoas (Collor), Pará (Jader Barbalho), Bahia (ACM, filhos e netos), Maranhão (Sarney's, enfermos ou não), Amazonas (Amazonino, o predestinado que já nasceu com o nome parecido com o de seu feudo), São Paulo (Quércia, Maluf... ai, ai, que urticária!), Rio (Garotinhos famintos, com G de gordo, digo, "g" maiúsculo!)... Enfim, para estes ou qualquer um dos demais vinte estados. Para quem não sabe, sou eleitor do DF. Pensando bem, por que não manter tudo como está? Tenho um prato cheio a minha frente: violador de painel liderando as pesquisas!
6 Comments:
To comecando a achar que tbm prefiro esculhambar logo tudo!
Se e pra ser ladrao... que sejam ladroes confessos, que robem as claras!
Otimo texto!
By Anônimo, at sábado, 16 setembro, 2006
Rafa, otimo texto. E acho que tudo nos leva a crer que nada muda. E as pessoas preferem o menos pior e arriscar do que depois botar um outro que estrague tudo.
Otimo texto adorei.
Priscila Sousa
By Anônimo, at sábado, 16 setembro, 2006
Pois é, desiludir-se é o primeiro passo...
Ei, "Sábado, Setembro 16, 2006
. DE VISTA - Quero Corrupção!" Ponto de (...), ajeitem por favor!
By Anônimo, at segunda-feira, 18 setembro, 2006
AH! Já no ínicio, e já possui requintes de bom jornalista. Que texto, meu amigo! Espero que em seu caminho, quando fores adquirindo experiencia, não se perca como muitos.
p.s. a lingua portuguesa agradece.
By Anônimo, at quarta-feira, 20 setembro, 2006
Legal o texto, legal a forma de conscientização que você colocou para nós. Mas acho que falta você se informa um pouco mais sobre pequenas coisas que você fala. Um pequeno ex:Em Belém o maior ladrão de lá não é só Jader Barbalho, existe outros que comandam atualmente lá. Eles todos dominam o Pará há mais de 15 anos.Parabéns
By Anônimo, at sexta-feira, 22 setembro, 2006
Obrigado, acatarei sua sugestão. Nós jornalistas precisamos correr atrás de cada vírgula que postamos. Nesse artigo em especial era só uma ilustração, mesmo. Realmente não tenho base para falar do Pará sem uma varredura no Google e afins, pois como disse sou eleitor do DF. No entanto o Jader é um ícone por aquelas terras! Inclusive um sobrinho-primo dele estuda comigo, hehe.
By Anônimo, at domingo, 24 setembro, 2006
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