Meio Ambiente - Ah, não, o meu banco não!
Além das fronteiras da probabilidade de colapso ambiental, uma gama de variáveis relacionadas a tempo e escala está envolvida nas análises de risco para os habitantes dos quatro cantos do mundo. Uma pesquisa divulgada este mês pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostra que poucas das milhares de carteiras de créditos de instituições financeiras no mundo contemplam a questão climática.
Por Carmen Gonçalves
Para muitas, as análises de risco não prevêem a questão climática na proporção em que a crise se encontra. O estudo mostra que bancos norte-americanos e canadenses, por exemplo, não consideram que as mudanças climáticas em decurso afetem suas finanças. Esta visão da coisa explica-se ao compreender que os países desenvolvidos não são os principais envolvidos na questão ambiental. Por meio de outros estudos das Nações Unidas em conjunto com a WWF, é possível notar, pelas estatísticas, que os países em desenvolvimento são os mais engajados com a questão da sustentabilidade da exploração de recursos naturais. Os relatórios não prevêem, mas fator precípuo que explica este fenômeno é que, justamente nestes países, encontram-se a maioria dos recursos naturais renováveis existentes (incluindo aí a água, principalmente).
Vários setores da economia têm alto potencial para registrar problemas relacionados às mudanças climáticas (principal bandeira dos ambientalistas hoje): energia e agricultura, para citar os mais expressivos globalmente. O estudo do Pnuma explica que as instituições financeiras são, tradicionalmente, casa para investimentos de curto prazo (principalmente no que tange a empréstimos e seguros), o que certamente não se aplica às ações de desenvolvimento sustentável. A pergunta é, então: a sustentabilidade, que pressupõe preocupação com as gerações futuras, estaria mais no discurso do que na prática?
Do ponto de vista econômico, não há dúvidas que sim. Os riscos ambientais trazidos pelo aquecimento global comprometeriam de forma avassaladora investimentos espalhados por todo o planeta. Mesmo assim, com avisos fulminantes da natureza (Katrina, tsunamis e cia.) os bancos avaliam o risco ambiental como de baixo potencial, segundo relatório do Banco Mundial (Bird).
Não é coisa de bancário caduco, não. A avaliação de risco das instituições financeiras leva em conta o tempo. Tudo é calculado a curto prazo, e não para daqui a 40 anos, por isso problemas ambientais não costumam ser significativos nas análises. Entretanto, já é observada uma reação do mercado: organizações poderosas (tais como a Microsoft e a General Motors) estão sofrendo ação judicial pelo Estado da Califórnia, sob alegação de contribuírem para o aquecimento global. As empresas declararam que estão revendo suas políticas de investimentos de forma a minimizarem seus prejuízos. As instituições bancárias vinculadas, por sua vez, terão que rever sua atuação e previsões.
O caso dos bancos brasilieros: princípios socioambientais
O Itaú, por exemplo, possui há quatro anos um sistema de administração de risco socioambiental. O ABN Amro Real divulgou que a mudança climática é mais um entre vários indicadores de sustentabilidade que o banco leva em conta para avaliar os riscos de seus clientes. O Real possui, inclusive, toda a sua linha de talões, cartões, folhetos e cartilhas impressos em papel reciclado. Esta postura sustentável acontece graças a um programa instituído pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria para Desenvolvimento Sustentável (SDS/MMA), do governo Lula. Trata-se da Política de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) que prevê, em Decreto-Lei, incentivos e descontos fiscais para empresas dos mais variados ramos e proporções, desde que defendam os interesses e compromissos ambientais do Brasil, previstos desde a Conferência para a Diversidade Biológica (CDB/ONU).
Para muitas, as análises de risco não prevêem a questão climática na proporção em que a crise se encontra. O estudo mostra que bancos norte-americanos e canadenses, por exemplo, não consideram que as mudanças climáticas em decurso afetem suas finanças. Esta visão da coisa explica-se ao compreender que os países desenvolvidos não são os principais envolvidos na questão ambiental. Por meio de outros estudos das Nações Unidas em conjunto com a WWF, é possível notar, pelas estatísticas, que os países em desenvolvimento são os mais engajados com a questão da sustentabilidade da exploração de recursos naturais. Os relatórios não prevêem, mas fator precípuo que explica este fenômeno é que, justamente nestes países, encontram-se a maioria dos recursos naturais renováveis existentes (incluindo aí a água, principalmente).
Vários setores da economia têm alto potencial para registrar problemas relacionados às mudanças climáticas (principal bandeira dos ambientalistas hoje): energia e agricultura, para citar os mais expressivos globalmente. O estudo do Pnuma explica que as instituições financeiras são, tradicionalmente, casa para investimentos de curto prazo (principalmente no que tange a empréstimos e seguros), o que certamente não se aplica às ações de desenvolvimento sustentável. A pergunta é, então: a sustentabilidade, que pressupõe preocupação com as gerações futuras, estaria mais no discurso do que na prática?
Do ponto de vista econômico, não há dúvidas que sim. Os riscos ambientais trazidos pelo aquecimento global comprometeriam de forma avassaladora investimentos espalhados por todo o planeta. Mesmo assim, com avisos fulminantes da natureza (Katrina, tsunamis e cia.) os bancos avaliam o risco ambiental como de baixo potencial, segundo relatório do Banco Mundial (Bird).
Não é coisa de bancário caduco, não. A avaliação de risco das instituições financeiras leva em conta o tempo. Tudo é calculado a curto prazo, e não para daqui a 40 anos, por isso problemas ambientais não costumam ser significativos nas análises. Entretanto, já é observada uma reação do mercado: organizações poderosas (tais como a Microsoft e a General Motors) estão sofrendo ação judicial pelo Estado da Califórnia, sob alegação de contribuírem para o aquecimento global. As empresas declararam que estão revendo suas políticas de investimentos de forma a minimizarem seus prejuízos. As instituições bancárias vinculadas, por sua vez, terão que rever sua atuação e previsões.
O caso dos bancos brasilieros: princípios socioambientais
O Itaú, por exemplo, possui há quatro anos um sistema de administração de risco socioambiental. O ABN Amro Real divulgou que a mudança climática é mais um entre vários indicadores de sustentabilidade que o banco leva em conta para avaliar os riscos de seus clientes. O Real possui, inclusive, toda a sua linha de talões, cartões, folhetos e cartilhas impressos em papel reciclado. Esta postura sustentável acontece graças a um programa instituído pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria para Desenvolvimento Sustentável (SDS/MMA), do governo Lula. Trata-se da Política de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA) que prevê, em Decreto-Lei, incentivos e descontos fiscais para empresas dos mais variados ramos e proporções, desde que defendam os interesses e compromissos ambientais do Brasil, previstos desde a Conferência para a Diversidade Biológica (CDB/ONU).
Os riscos climáticos não são considerados como deveriam, e principalmente, ainda não são encarados como forma de conter os avanços da exploração indiscriminada aos recursos naturais remanescentes. Estes riscos são de difícil mensuração, devido ao fato de que os dados existentes sobre mudanças climáticas são muito recentes e envolvem estudos em áreas complexas, como emissões e resíduos. As seguradoras e investidoras trabalham com modelos financeiros pouco confiáveis, isso é fato. O que está promovendo a mudança neste setor tão tradicional é o prejuízo que estas instituições estão acumulando: nos últimos dez anos foram mais de 300 bilhões de euros gastos devido a catástrofes naturais.
Fonte: Fundação Getúlio Vargas
Sites Relacionados:
WWF-Brasil:
Institito SocioAmbiental (ISA)
Detalhes sobre a Convenção sobre Diversidade Biolágica (CDB), estão disponíveis no site www.biodiv.org
6 Comments:
ótima matéria!
REALMENTE, o descaso ambiental no mundo ainda vai nos render imensos problemas. isso é fato!
By Anônimo, at segunda-feira, 06 novembro, 2006
Anônimo não, o comentário acima é meu! Peu Lucena
By Anônimo, at segunda-feira, 06 novembro, 2006
estao usando taticas sujas pra aumentar o numero de comentarios!!!
By Anônimo, at terça-feira, 07 novembro, 2006
"Anônimo disse...
estao usando taticas sujas pra aumentar o numero de comentarios!!! "
Que tipo de comentário é esse?
Como se no site houvesse algum tipo de "competição" para ter comentário nos textos.
Sinceramente, se é para ter este tipo de observação eu prefiro que nem tenha nada escrito!
By Anônimo, at terça-feira, 07 novembro, 2006
Gente, aproveitando o contexto: começou ontem em Nairóbi, no Quênia a 12ª COnvenção das Partes sobre Mudanças CLimáticas das Nações Unidas. O Brasil participa, com propostas para a redução de emissão de carbono, para si próprio e para os países em desenvolvimento que participam. O Ministério do Meio Ambiente participa também do Grupo de Trabalho da Convenção que estuda mecanismos de combate à fome e à miséria na África, com efeitos de médio prazo. O site da Envolverde www.envolverde.com.br possui muitos textos interessantes sobre o tema!
By Anônimo, at terça-feira, 07 novembro, 2006
cara voces escrevem porcamente!
By Anônimo, at quinta-feira, 09 novembro, 2006
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