Horário de Brasília

sexta-feira, março 17, 2006

MUNDO - Qual é o problema do Bush?

Por Carmen Gonçalves



Depois do fiasco que foi a guerra do Iraque, iniciada há 3 anos, os Estados Unidos estão prestes a iniciar “ataques preventivos” contra o Irã, país que eles consideram o mais problemático para a política externa (deles) atualmente. A famigerada Doutrina Bush: “o lugar da prevenção em nossa estratégia de segurança nacional permanece o mesmo ”, diz. Inacreditavelmente, Bush se concede o direito ao tal “ataque preventivo”, muito provavelmente o mesmo que houve no Iraque há três anos mediante uma alegação de que neste país havia armas perigosíssimas para a humanidade. Ah, nunca foram encontradas.
O Irã é um país interessante, de uma história bastante peculiar. Localizado bem no olho do furacão do Oriente Médio, foi a antiga Pérsia da Era Clássica, centro comercial do mundo antigo. Fazendo divisa, nos dias de hoje, com nada menos que Iraque ao oeste e Afeganistão e Paquistão à leste, e muito provavelmente, produzindo energia nuclear, o Irã é hoje, sem dúvida alguma, uma pedra no sapato de Bush.
Mas nem sempre foi assim. No século XX, até os anos 60, o Irã viveu uma democracia. Sob o comando do Xá Reza Parlev, os iranianos viviam com liberdade plena, as instituições eram sólidas e o regime aberto. Os tempos eram de diplomacia e política, amigos dos EUA e dos britânicos. E apesar disso, os costumes islâmicos não eram subjugados, as pessoas seguiam o Alcorão e os ensinamentos de Maomé. Mas não era uma situação confortável para os conservadores, ou fundamentalistas. Estes, os Aiatolás, tomaram o poder num golpe nos anos 70, a Revolução Islâmica, e desde então instituíram um regime fechado, cheio de restrições culturais e muito arraigado nos princípios de comportamento e moral fundamentalistas (diga-se de passagem, não são necessariamente passados através do Alcorão). Desde então, uma guerra silenciosa com os EUA começou. Principalmente a partir de 2001, com o atentado às torres gêmeas e também com o anúncio do governo iraniano de que eles possuem um programa nuclear em desenvolvimento, em 2003.
Após a captura de Saddam Hussein, o foco de Bush passou a ser o Irã, o problema principal, o Iraque, acabou (ou você acha mesmo que Bush está preocupado com o bem-estar do povo iraquiano?). O Iraque é hoje o que sobrou de um país. Um povo escondido e assustado, com marcas de metralhadora nas paredes de suas casas. A Palestina, após a morte de Arafat, fundador da OLP, deixou de ser o fantasma dos atentados terroristas dos anos 70 e 80. A Coréia do Norte, mesmo possuindo um programa nuclear, está tão vendida ao capitalismo, que francamente, está longe de ser uma ameaça à terra prometida, neste caso os Estados Unidos, humildemente. A Rússia anda há bons 10 anos na iminência do caos. Na verdade, os russos nunca se recuperaram da guerra.O Irã agora é o problema. Além da questão comercial, dos embargos, do petróleo, do programa nuclear, existe um agravante: a influência que os fundamentalistas islâmicos exercem sobre o movimento terrorista que se formou contra os EUA. Há uma tensão e um pavor no ar, que certamente está deixando George Bush sem sono. Coitado deste pobre diabo.

2 Comments:

  • as vezes passa pela miha cabeca que o Bush quer apenas brincar... nada mais que isso! Sei lah, de repente trumas infantis com comandos em acao!
    Nao sei, quem sabe apenas exercitar sua ignorancia... por que ignorante ele e... mas burro nao!!!

    By Anonymous Anônimo, at domingo, 19 março, 2006  

  • "Sob o comando do Xá Reza Parlev, os iranianos viviam com liberdade plena, as instituições eram sólidas e o regime aberto. Os tempos eram de diplomacia e política, amigos dos EUA e dos britânicos"

    ???

    um ditador sanguinario que deixava o povo na miseria e morava em palacios suntuosos
    sunita num país onde mais de 90% da população é xiita
    fundamentalista, creêm nos fundamentos da religião na parte espiritual e não se abrem ao capitalismo
    ou seja não são bons para os interesses americanos na região

    By Anonymous Anônimo, at quinta-feira, 17 agosto, 2006  

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